Polícia Federal: 39ª fase da Lava Jato também cumpriu mandados de busca e apreensão na corretora Advalor (José Cruz/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 28 de março de 2017 às 10h56.
Última atualização em 28 de março de 2017 às 11h31.
Curitiba - A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira o ex-gerente da área de Engenharia da Petrobras Roberto Gonçalves em uma nova etapa da operação Lava Jato, por suspeita de recebimento de pelo menos 5 milhões de dólares de propina em contratos da estatal em contas no exterior.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, Gonçalves substituiu Pedro Barusco na gerência de Engenharia e Serviços da Petrobras em 2011 e passou a receber as propinas no lugar do antecessor, que é um dos delatores da operação.
"Depois de diversas medidas investigativas... e sobretudo a partir de provas transferidas por meio de colaboração internacional às autoridades brasileiras por autoridades suíças, foi possível fazer o pedido e foi possível o Juízo da 13ª Vara Federal decretar a medida de prisão preventiva do ex-gerente-executivo da Petrobras Roberto Gonçalves", disse o procurador da República Júlio Noronha em entrevista coletiva em Curitiba.
Em apenas uma das cinco contas usadas por Gonçalves na Suíça para receber valores ilegais, foram identificados depósitos de 3 milhões de dólares que teriam sido pagos pelo departamento de propina da Odebrecht, segundo os investigadores. No total ele teria recebido mais de 5 milhões de dólares em propina.
Entre os contratos suspeitos de irregularidades está a contratação de um consórcio formado pela Odebrecht e a UTC Engenharia, ao lado de outras empresas, para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Além da prisão do ex-gerente da estatal, que foi detido em Roraima, a 39ª fase da Lava Jato também cumpriu mandados de busca e apreensão na corretora Advalor, no Rio de Janeiro, suspeita de auxiliar na lavagem de dinheiro e também no pagamento de propinas.
A Reuters tentou, sem sucesso, fazer contato com a corretora.
A etapa da Lava Jato deflagrada nesta terça-feira recebeu o nome operação Paralelo, utilizado "em alusão à atuação clandestina à margem dos órgãos de controles oficiais do mercado financeiro por parte dos investigados", de acordo com a PF.
Foram cumpridos no total seis mandados judiciais, sendo cinco de busca e apreensão.