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Lava Jato pede buscas contra operador de esquema na Suíça

A força-tarefa da operação encaminhou ao país um pedido de colaboração para que sejam feitas buscas e apreensões na residência do Bernardo Freiburghaus

Operação Lava Jato PF Polícia Federal (Divulgação / Polícia Federal)

Operação Lava Jato PF Polícia Federal (Divulgação / Polícia Federal)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2015 às 11h58.

São Paulo e Genebra - A força-tarefa da Lava Jato encaminhou à Suíça um pedido de colaboração para que sejam feitas buscas e apreensões na residência e até no escritório do empresário Bernardo Freiburghaus, apontado como um dos operadores de propina no esquema de desvios da Petrobras no país europeu.

O pedido foi encaminhado no final de abril às autoridades suíças via Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.

Na solicitação, a força-tarefa da operação solicita que sejam localizados e até bloqueados ativos de Freiburghaus que, desde que a operação eclodiu no Brasil, passou a viver em Genebra, num dos endereços de maior luxo da cidade suíça.

Alvo da 9ª etapa da Lava Jato, que levou à prisão o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, Freiburghaus é apontado como um dos 11 operadores de propina na diretoria citado pelo delator Pedro Barusco e que entraram na mira das investigações neste ano.

Segundo o ex-diretor da Petrobras e também delator Paulo Roberto Costa, Freiburghaus foi o responsável por abrir e operar suas contas na Suíça por onde passaram ao menos US$ 31,5 milhões em propinas recebidas da Odebrecht.

De acordo com o delator, foi o próprio diretor da Odebrecht Plantas Industriais, Rogério Araújo, que teria lhe indicado o operador na Suíça para abrir as contas onde eram recebidos os recursos a título de "política de bom relacionamento" da empreiteira com ele.

Além disso, Freiburghaus é investigado também pelas autoridades do país europeu, que suspeitam que o brasileiro tenha contribuído para a lavagem de dinheiro decorrente do escândalo na Petrobras e que acarretou no congelamento de US$ 400 milhões por parte das autoridades de Berna.

Berna confirmou que sabia que o pedido seria feito e que já havia iniciado um levantamento das atividades do operador, que no país europeu usa sua identidade suíça para se apresentar.

As contas já bloqueadas em nome dos ex-diretores da Petrobras foram movimentadas por Freiburghaus, que tinha inclusive os códigos e procurações para fazer depósitos e saques em nome dos delatores.

Um exame dos documentos ainda é uma das apostas dos suíços para tentar determinar se o operador sabia que o dinheiro era de fato fruto de corrupção e até que ponto ele reconhece que os depósitos foram realizados pela Odebrecht.

Se essa suspeita for confirmada, Freiburghaus poderá ser investigado por lavagem de dinheiro, crime que o valeria de 3 a 5 anos de prisão na Suíça.

Com este pedido, a força-tarefa tenta avançar nas investigações da Odebrecht, maior empreiteira do Brasil e suspeita de envolvimento com o cartel de empresas que cartelizava licitações na Petrobras e pagava propina no esquema que abastecia caixas de PT, PMDB e PP.

Há 15 dias, no único encontro do doleiro com um jornal brasileiro, Freiburghaus ofendeu a reportagem ao ser questionado sobre o caso da Petrobras e garantiu: "Não conheço ninguém". Ele não explicou porque se mudou para Genebra desde que o caso veio à tona no Brasil.

Ele se recusou a comentar o fato de que os ex-diretores da Petrobras revelaram em delação premiada no Brasil que ele seria o operador responsável pelas contas na Suíça, abertas para receber as propinas no escândalo revelado pela Operação Lava Jato.

Quando foi informada sobre a delação de Paulo Roberto Costa, a Odebrecht negou as acusações do ex-diretor e reiterou que não fez pagamentos ou depósitos para Costa e nem para qualquer outro executivo ou ex-diretor da estatal.

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