Polícia Federal: a instituição investiga indícios de irregularidade na aplicação de recursos e na gestão de fundos de previdência complementar de funcionários entre 2003 e 2015 (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2016 às 15h36.
O empresário Adir Assad, condenado por lavagem de dinheiro e associação criminosa na Operação Lava Jato da Polícia Federal, ficou em silêncio durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
A comissão investiga indícios de irregularidade na aplicação de recursos e na gestão de fundos de previdência complementar de funcionários de estatais e servidores públicos entre 2003 e 2015.
De acordo com o presidente da comissão, deputado Efraim Filho (DEM-PB), deve ser votado na próxima reunião do colegiado requerimento pedindo a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Adir Assad.
Assad usou empresas de fachada para intermediar pagamentos de propinas com recursos da Petrobras.
Ele foi preso em setembro do ano passado e desde dezembro cumpre pena em regime de prisão domiciliar.
Antes do depoimento do empresário, a CPI ouviu, pela segunda vez, o diretor-presidente da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), Henrique Jäger, que, no primeiro depoimento à comissão, estava no cargo ha apenas dois meses.
Jäger disse que o déficit da Petros aumentou de R$ 6,19 bilhões, em dezembro de 2014, para R$ 16,12 bilhões, em novembro de 2015.
Segundo ele, isso ocorreu por causa da queda no valor das ações da carteira de investimentos do fundo, da correção do passivo do fundo pela inflação e da perspectiva de aumento real dos salários.
Sobre a situação financeira da Sete Brasil, empresa contratada pela Petrobras para construir navios-sonda e que recebeu investimentos do Petros, Jäger definiu como “delicada”, mas afirmou que há uma tentativa de reestruturação. “Seis sondas já estão quase prontas”, acrescentou.
A Petros detém 17% de participação no Fundo Sondas, criado para controlar a Sete Brasil.