Suíça: o suíço atuou na constituição de offshores junto ao Grupo Mossack Fonseca no Brasil (Michele Tantussi/Getty Images)
Reuters
Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 19h19.
São Paulo - Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato denunciaram um gerente de banco suíço acusado de ajudar na lavagem de 21,7 milhões de dólares em propinas oriundas do bilionário esquema de corrupção na Petrobras, informou nesta terça-feira a Procuradoria da República no Paraná.
De acordo com o Ministério Público Federal no Paraná, os recursos são provenientes de corrupção no processo de aquisição de 50 por cento dos direitos de exploração do campo de petróleo de Benin, na África, pela Petrobras em 2011.
David Muino Suarez, gerente do Banco BSI da agência de Zurique, na Suíça, de acordo com os procuradores, atuou na constituição de offshores junto ao Grupo Mossack Fonseca no Brasil, e na abertura de contas bancárias em nome dessas offshores na mesma instituição financeira.
A materialidade dos crimes apontados pelo MPF contra Suarez surgiram, de acordo com os investigadores, em ações penais que tiveram como alvo o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o ex-funcionário da Diretoria Internacional da Petrobras Pedro Augusto Xavier Bastos.
"Suarez ainda atuou junto ao banco suíço na justificação de operações financeiras ilícitas, no fornecimento de informações falsas ao setor de compliance e na operacionalização de investimentos e outras formas de dissimulação da natureza, origem, localização, disposição e movimentação das vantagens indevidas movimentadas no esquema", disse o MPF do Paraná em nota.