Linha 15: Ministério Público paulista abriu inquérito para apurar suspeitas de desvios nas obras do monotrilho (luquinhasatleta / Instagram/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 14h28.
São Paulo - A Procuradoria da República no Paraná se manifestou nesta quarta-feira, 4, pelo compartilhamento com o Ministério Público de São Paulo de provas que envolvam a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) no esquema de desvio e lavagem de dinheiro liderado pelo doleiro Alberto Youssef.
O parecer foi encaminhado à Justiça Federal do Paraná em resposta à solicitação do MP paulista, que abriu inquérito para apurar as suspeitas de desvios nas obras da Linha 15 - Prata do Monotrilho.
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público busca ter acesso a todos os documentos da Lava Jato que envolvam a obra na capital paulista, incluindo a planilha apreendida com Youssef pela força tarefa da operação contendo informações sobre cerca de 750 contratos de obras públicas que estariam na mira do doleiro.
O inquérito foi aberto no final de 2014 e visa apurar "irregularidades consistentes em supostos desvios na licitação do trecho do Monotrilho entre as Estações Oratório e Vila Prudente, integrante da Linha 15-Prata do Metrô e descumprimento do prazo de entrega do referido trecho do Monotrilho pelos representados", assinala a Promotoria.
Entre as 750 obras na planilha de Youssef, consta na página 14 a "Obra Vila Prudente", tendo como "cliente" a Construtora OAS, como "contato" o engenheiro Vagner Mendonça e como "cliente final" o Metrô.
Aparece na planilha ainda uma proposta enviada em "7/4/2011?, no valor "RS 7.901.280,00?. A estatal paulista nega irregularidades na obra do Monotrilho.
Estrutura criminosa
O valor global dos contratos que aparecem na planilha e, segundo as investigações, teriam sido intermediados por Youssef, chega a R$ 11 bilhões.
"Os valores abrangem uma ampla gama de grandes empreiteiras e períodos, onde se infere que o esquema criminoso vai muito além das obras contratadas pela Petrobras", afirma a Polícia Federal no relatório da Operação Juízo Final - sétima fase da Lava Jato -, quando pediu a prisão do núcleo empresarial do esquema de corrupção e propina na estatal petrolífera, no dia 14.
"O esquema é muito maior do que a mera Diretoria de Abastecimento da Petrobras, mas abrange sim uma estrutura criminosa que assola o país de Norte a Sul, até os dias atuais", afirma a Lava Jato.