Em uma nova fase da Lava Jato, o MPF informou que as companhias Vitol, Trafigura, Glencore e outras são suspeitas de pagamento de propina a funcionários da Petrobras (Mario Tama/Getty Images)
Reuters
Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 11h23.
Última atualização em 5 de dezembro de 2018 às 11h25.
Rio de Janeiro - Um funcionário da Petrobras que participou de suposto esquema de corrupção envolvendo gigantes de comercialização de combustíveis permanece na mesma função em escritório da petroleira em Houston, nos EUA, e foi emitido alerta vermelho da Interpol, disse a jornalistas nesta quarta-feira o delegado Filipe Pace, da Polícia Federal.
Em uma nova fase da operação da Lava Jato, o Ministério Público Federal informou nesta quarta-feira que as companhias Vitol , Trafigura , Glencore e outras são suspeitas de pagamento de propina a funcionários da Petrobras em um esquema na área de trading da brasileira com pagamentos ilegais de 31 milhões de dólares.
Há suspeitas de que as três gigantes internacionais efetuaram pagamentos de propinas para intermediários e funcionários da Petrobras entre 2011 e 2014 nos montantes, respectivamente, de 5,1 milhões de dólares, 6,1 milhões de dólares e 4,1 milhões de dólares relacionados a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem.
Durante coletiva de imprensa, a procuradora Jerusa Burmann Viecili, integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, pontuou que o suposto esquema de corrupção pode continuar existindo, uma vez que intermediários identificados têm visitas recentes registradas em prédio da empresa no Brasil.
Além do funcionário de Houston, segundo o delegado, há um outro da ativa suspeito que trabalha na petroleira no Rio de Janeiro.
De acordo com o delegado, há farta documentação nos autos de que executivos de Trafigura e Vitol participavam de esquema de propinas na Petrobras.