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Laudo aponta possíveis causas de desabamento no Rio

De acordo com o parecer técnico assinado pelo engenheiro Luís Augusto Câmara, a edificação ruiu a partir de uma ruptura de pilar na fronte direito superior

O documento aponta ainda como hipótese mais plausível a de que a ruptura do pilar de sustentação tenha se iniciado em torno do 15º andar do prédio (Vladimir Platonow / Agência Brasil)

O documento aponta ainda como hipótese mais plausível a de que a ruptura do pilar de sustentação tenha se iniciado em torno do 15º andar do prédio (Vladimir Platonow / Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2012 às 20h18.

Rio de Janeiro - A empresa TO - Tecnologia Organizacional apresentou na manhã desta segunda-feira, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro(Alerj), um laudo independente relatando as possíveis causas do desabamento do Edifício Liberdade e de outros dois prédios na Avenida 13 de Maio, no centro da capital fluminense, em 25 de janeiro deste ano.

De acordo com o parecer técnico assinado pelo engenheiro Luís Augusto Câmara, a edificação ruiu a partir de uma ruptura de pilar na fronte direito superior, e o desmoronamento foi causado por uma "sobrecarga da estrutura devido à ampliação de andares no coroamento do prédio e à inclinação do prédio ocorrida na década de 1970", no período de construção do metrô.

O documento aponta ainda como hipótese mais plausível a de que a ruptura do pilar de sustentação tenha se iniciado em torno do 15º andar do prédio, contrariando as suposições iniciais de que o colapso tenha sido causado pelas obras realizadas pela empresa TO no 9º andar do edifício. Segundo o laudo, se a ruptura ocorresse nos andares inferiores, o prédio tombaria para a direita e haveria "uma forte probabilidade de que parte dos prédios cairia sobre o Theatro Municipal".

Representantes do Conselho Regional de Engenharia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), do Clube de Engenharia, do Corpo de Bombeiros, da Associação dos Familiares das Vítimas do Desabamento e da TO, entre outras entidades, estiveram na Alerj para discutir o assunto. O vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, Celso Evaristo da Silva, classificou como um "licenciamento atípico" a autorização para as construções posteriores, que resultaram no preenchimento das fachadas que haviam sido concluídas inicialmente com um recuo em forma escalonada nos pavimentos finais do edifício. "Ainda entre 1939 e 1941 a prefeitura autorizou para que essa parte escalonada fosse `recheada, havendo acréscimos no decorrer da construção", avaliou.

No entanto, quase dois meses depois do desabamento, ainda não há resultado da perícia oficial sobre o que provocou a tragédia. "O parecer técnico não foi concluído porque essa é uma investigação complexa", disse o delegado Alcides Alves Pereira, responsável pelo inquérito de apuração das causas do desmoronamento. De acordo com ele, as investigações serão transferidas para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, em virtude dos danos causados ao Teatro Municipal. "Embora sejam de menor gravidade, tais danos devem ser apurados pela PF, que em consequência passa a ter também atribuição sobre todo o fato originário", informou o delegado.

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