Bolsonaro: presidente disse nesta quinta-feira, em transmissão pelas redes sociais, lamentar as mortes por covid-19 no país (Adriano Machado/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 6 de agosto de 2020 às 20h31.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, em transmissão pelas redes sociais, lamentar as mortes por Covid-19 no país, que devem chegar em breve a 100 mil, mas disse que é preciso tocar a vida e buscar formas de superar o novo coronavírus.
"A gente lamenta todas as mortes, está chegando ao número 100 mil... mas vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar desse problema", disse.
Nesta quinta, o Brasil registrou 1.237 novas mortes em decorrência do coronavírus, atingindo uma contagem total de 98.493 óbitos, de acordo com informações do Ministério da Saúde. O número emblemático de 100 mil óbitos deve ser atingido no sábado.
Segundo país do mundo mais afetado pela pandemia de Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, o Brasil também notificou mais 53.139 casos da doença, o que eleva o total local a 2.912.212 infecções.
Na transmissão pelas redes sociais, o presidente também responsabilizou "alguns" prefeitos e governadores pela alta do desemprego. Ele criticou as medidas mais drásticas de fechamento de atividade econômica, como lockdowns, e citou que a perda de empregos é um "efeito colateral" mais grave do que o causado pelo próprio vírus.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Brasil encerrou o segundo trimestre com a maior taxa de desemprego em três anos e redução recorde no número de pessoas ocupadas, como consequência das medidas de contenção da pandemia de coronavírus.
Ao lado do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer propaganda sobre o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19. Não há comprovação científica sobre o uso do medicamento no caso do novo coronavírus.
"Quem não quer tomar cloroquina, não tente proibir, impedir quem queira tomar, afinal de contas, ainda não temos uma vacina e não temos um remédio comprovado cientificamente", disse.
"Muitas doenças estariam sem cura se o médico não tivesse a liberdade de trabalhar fora da bula", afirmou, corroborando sua fala com Pazuello, em live transmitida pelo Facebook.
Na sequência, o presidente emendou: "A negação de um medicamento a quem está doente não pode ser de um prefeito ou governador. Quem decide é o médico". Pazuello respondeu: "Exatamente".