PF: ação no STF pede anulação de delações premiadas que decorreram de prisões preventivas / Vagner Rosário/VEJA (Vagner Rosário/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de junho de 2018 às 11h25.
Última atualização em 25 de junho de 2018 às 11h26.
São Paulo - A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira, 25, a Operação Laços de Família contra o tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. A investigação mira em "uma forte organização criminosa, que tinha seu foco principal de atuação a partir da fronteira sul do Estado de Mato Grosso do Sul com o Paraguai".
Em nota, a Federal informou que aproximadamente 211 policiais federais participam da ação que ocorre simultaneamente nos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.
A Justiça Federal da 3ª Vara de Campo Grande, em atendimento à representação da Polícia Federal, expediu contra a organização criminosa 20 mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária, 35 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, 136 mandados de sequestros de veículos terrestres, sete mandados de sequestro de aeronaves (helicópteros), cinco mandados de sequestro de embarcações de luxo e 25 mandados de sequestro de imóveis. Também foi decretado o sequestro geral de todos os bens de 38 investigados, em todo o território nacional, inclusive em nome de suas empresas de fachada.
De acordo com a PF, o esquema "tinha traços de um clã, de forma assemelhada à máfia, eis que seus principais cabeças eram de um mesmo grupo familiar e tinha estreita ligação com a facção criminosa paulista PCC".
"Grandes carregamentos de droga eram remetidos da região fronteiriça para várias regiões do Brasil, geralmente escondidos em caminhões e carretas com cargas aparentemente lícitas, tudo a serviço da criminalidade. Em contrapartida, a organização criminosa recebia joias, veículos de luxo e dinheiro por meio de depósitos em contas bancárias de laranjas e de empresas de fachada, como pagamento das cargas criminosas, que garantiam vida luxuosa e nababesca aos patrões do tráfico internacional de drogas, que incutiam o temor e o silêncio na região pela sua violência e poderio", afirma PF. "Também eram utilizados helicópteros para transportar joias e dinheiro usados como pagamento do bando, vindos de vários pontos do Brasil."
Durante a investigação, a PF já havia apreendido mais de R$ 317 mil em dinheiro; joias avaliadas em mais R$ 81 mil, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga - além de prender em flagrante delito seis membros do esquema investigado.
As penas somadas dos crimes cometidos pelos criminosos atingem aproximadamente 35 anos de prisão.