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Kátia Abreu leva técnicos da CNA para cargos estratégicos

A ministra já escolheu dois nomes da CNA para compor o quadro do ministério, afastando apadrinhados políticos do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha


	Kátia Abreu: em seu discurso de posse, Kátia refutou privilégios a empresas durante sua gestão
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Kátia Abreu: em seu discurso de posse, Kátia refutou privilégios a empresas durante sua gestão (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2015 às 16h02.

Brasília - A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, está levando técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para ocupar postos estratégicos na pasta que assumiu nesta segunda-feira, 5.

A ministra já escolheu dois nomes da CNA para compor o quadro do ministério, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, afastando apadrinhados políticos do líder de seu partido na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Kátia está levando a superintendente de comércio exterior da CNA, Tatiana Palermo, para assumir a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do ministério.

Nascida na Rússia e brasileira naturalizada, Tatiana é vista como peça estratégica pela ministra no momento em que o governo russo abre seu mercado para produtos brasileiros - especialmente carne suína e de frango.

A nova secretária irá substituir Marcelo Junqueira Ferraz, que ascendeu ao posto por apadrinhamento do líder do PMDB.

Cunha também perderá outro secretário afiançado por ele no ministério: o titular da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), Rodrigo Figueiredo.

Kátia Abreu levará Décio Coutinho para o comando do órgão.

Coutinho é atualmente assessor técnico da CNA e foi o articulador da entidade na elaboração da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), ferramenta criada em parceria com Agricultura para fazer gestão operacional do setor agropecuário e reforçar o controle sanitário do rebanho bovino brasileiro.

A SDA acumula sob a gestão de Figueiredo uma série de decisões favoráveis ao frigorífico JBS, o que é negado pela empresa, embora o secretário tenha sempre evitado comentários a respeito.

Em seu discurso de posse, Kátia refutou privilégios a empresas durante sua gestão.

"Este será o ministério dos produtores rurais, sem nenhuma espécie de divisão ou de segregação. E das empresas, este será o ministério da produção. Mas será, acima de tudo, um ministério do diálogo e dos brasileiros", disse.

O JBS foi o maior doador da campanha eleitoral realizada neste ano no país e fez lobby contra a indicação Kátia Abreu para comandar a Agricultura, conforme revelou o Broadcast, após reunião entre empresário Joesley Batista - um dos donos do frigorífico - e o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil).

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