A ministra da Agricultura Kátia Abreu: Kátia disse que estava em horário de trabalho e só falaria de política agrícola (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2016 às 19h11.
Brasília - No dia em que o recém-empossado presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), encaminhou à Comissão de Ética do partido o pedido de expulsão da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, ela se esquivou do tema.
Durante entrevista coletiva para anunciar convênio que liberará R$ 33 milhões para a Embrapa desenvolver pesquisa na Amazônia, disse que estava em horário de trabalho e só falaria de política agrícola.
No decorrer do evento, no entanto, ela fez referência ao momento atual. "Minha vida anda duríssima", disse a ministra, ao que a ministra do Meio Ambiente rebateu: "Difícil, mas sustentável", afirmou Izabella Teixeira.
Izabella ainda fez afagos à colega de ministério e a classificou como leal. "Kátia Abreu é uma ministra que cumpre com assuntos que pactua, cumpre com a palavra, mesmo quando vai de encontro a interesses políticos que ela representa", disse. Na última semana, a ministra sofreu algumas derrotas políticas. A primeira foi o posicionamento oficial da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, contrariando orientação da ministra. Hoje, com o pedido de expulsão do PMDB chegando ao Conselho de Ética do partido, ela sofre mais um desgaste.
Kátia Abreu devolveu as gentilezas à colega do Meio Ambiente e afirmou que Izabella ajudou a acabar com as rivalidades entre o agronegócio e ambientalistas. Disse que o Código Florestal contribuiu para reduzir esses ruídos. "Se misturar na reforma os dois ministérios (Agricultura e Meio Ambiente), Izabella seria a primeira e eu a vice", disse Kátia Abreu.
Ainda no evento, a ministra afirmou que está fazendo estudos minuciosos da Amazônia. "Nós queremos ela preservada", declarou. Izabella Teixeira afirmou esperar chegar a 2020 sem desmatamento no País e brincou: "Deus é brasileiro e é um agricultor de baixo carbono, vamos acabar com o desmatamento até 2020", disse.