Gilberto Kassab: "A crise jamais será superada se não investirmos muito nas ciências" (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 21 de agosto de 2017 às 19h34.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse hoje (21) que segue tentando sensibilizar a equipe econômica do governo federal para que sejam garantidos recursos para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq).
A autarquia é responsável pelo financiamento de pesquisas por meio do pagamento de milhares de bolsistas em todo o país. "A pesquisa não pode parar, o bolsista não pode parar", afirmou o ministro.
Na sede do CNPq, onde participou da abertura do Encontro Finep para Inovação - Região Centro-Oeste, Kassab destacou seu compromisso "de continuar, junto com vocês, sensibilizando nossas autoridades na área econômica, para que possam ter, no ano de 2017, a mesma visão correta que tiveram no ano de 2016", quando, segundo o ministro, o setor não foi atingido por cortes, tendo sido beneficiado com R$ 1,5 bilhões, após a repatriação de recursos.
Gilberto Kassab pediu apoio a representantes de instituições de pesquisa, presentes ao encontro, para ampliar a cobrança, a fim de que sejam garantidos os valores necessário ao desenvolvimento de atividades de pesquisa e inovação.
"O investimento é de vital importância, porque a crise jamais será superada nas proporções que queremos, se não investirmos muito nas ciências, na pesquisa, na inovação, na tecnologia. Foi assim que todos os países com a dimensão do Brasil superaram as suas crises", ressaltou.
O Orçamento aprovado pelo Congresso previa R$ 1,3 bilhões para a autarquia, que também contaria com aportes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, no valor de R$ 400 milhões. No entanto, 44% do total desses valores foram contingenciados.
Com isso, o CNPq anunciou, durante reunião do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), no dia 3 de agosto, que tem recursos suficientes para garantir apenas os pagamentos referentes ao mês de agosto, que serão efetivados no início de setembro.
À Agência Brasil, o presidente do CNPq, Mario Neto Borges, informou que está seguro de que a autarquia terá recursos para fechar o ano com os pagamentos em dia.
"Em 2016, tivemos a mesma incerteza e acabamos com um orçamento até maior do que o previsto para o ano. O conselho precisa de R$ 505 milhões para fechar as contas até o fim do ano.
Diante da restrição orçamentária, diversas instituições vinculadas à pesquisa, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos, além de diversos grupos de estudo, têm manifestado preocupação com a manutenção das pesquisas e com a situação dos pesquisadores e cobrado empenho do MCTIC para a garantia dos recursos junto à Presidência da República.