O prefeito de São Paulo disse ainda que mantém conversas constantes com José Serra (Prefeitura de SP/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2012 às 14h05.
São Paulo - Um dia depois das críticas feitas pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO) à aliança de sua legenda com o PSDB para as eleições municipais na capital, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), reiterou que o apoio à candidatura do tucano José Serra "é incondicional". Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", a senadora, que também é uma das fundadoras do PSD, disse que foi surpreendida com as articulações de Kassab que, em um primeiro momento, ensaiou um apoio ao PT e, na sequência, declarou apoio ao pré-candidato do PSDB José Serra. A senadora afirmou ainda que o PSDB tem tido um comportamento de inimigo, ao apoiar a frente partidária que contesta a reivindicação do PSD na Justiça Eleitoral por tempo de propaganda eleitoral.
"É um partido novo, diversos outros têm a opinião dela, já sabíamos que não teríamos unanimidade, seja para um lado, seja para o outro", afirmou o prefeito de São Paulo, após participar da abertura do debate "Privatização, Concessão e Parcerias Público Privadas", organizado pelo Espaço Democrático, fundação do PSD para estudos e formação política.
O também presidente nacional do PSD lembrou que uma aliança com o PSDB na capital paulista só seria viável se José Serra fosse o candidato do PSDB. "Até porque tem a peculiaridade de nossa gestão na Prefeitura de São Paulo ser conhecida como Serra-Kassab", afirmou. "No fundo, a senadora expressa um desconforto que eu já expressei em uma aliança com o PSDB caso José Serra não fosse candidato", justificou.
O prefeito de São Paulo disse ainda que mantém conversas constantes com José Serra. "Nos falamos praticamente todos os dias, é uma rotina." Ele afirmou também que o partido vai aguardar o processo de prévias tucanas para discutir nomes para o eventual posto de vice em uma composição PSDB/PSD. Ele mencionou que o PSD deve indicar os nomes da vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antônio, do secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, e do presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. Se o PSDB conseguir o apoio do PV à sua candidatura, o nome do secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, também pode ser uma alternativa.
Fogo amigo
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) confirmou conversa revelada pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, segundo a qual teria dito ao dirigente petista, em 2011, que o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo José Serra apoiaria o nome da presidente Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de 2014, em detrimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), seu colega de partido.
"Eu tive essa conversa, no ano passado, em algum momento, com o meu querido amigo Rui Falcão. E não pedi segredo", afirmou o prefeito de São Paulo, após participar da abertura do debate "Privatização, Concessão e Parcerias Público Privadas", organizado pelo Espaço Democrático, fundação do PSD para estudos e formação política.
O prefeito de São Paulo não soube, contudo, dizer porque o presidente do PT revelou apenas agora essa conversa, mas negou que a intenção tenha sido a de tumultuar o cenário eleitoral na capital paulista, no qual PT e PSDB disputam os demais partidos políticos em busca de um amplo arco de alianças. "Nossas relações são as melhores possíveis", disse, referindo-se ao presidente nacional do PT.
O prefeito de São Paulo foi evasivo ao ser questionado se a sua opinião a respeito do apoio de José Serra em 2014 ainda valia para este ano. "Naquele momento, eu tinha aquele pensamento. Hoje, as circunstâncias são outras e não parei ainda para avaliar", disse.