Agência de notícias
Publicado em 11 de abril de 2025 às 11h00.
O policial militar Luan Felipe Alves Pereira, preso por arremessar um jovem de 25 anos de uma ponte, foi solto pela Justiça na quinta-feira, 10. O caso ocorreu na Vila Clara, Zona Sul de São Paulo, em dezembro do ano passado, e foi filmado.
A decisão é da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que considerou a prisão preventiva uma “antecipação da pena” e decidiu conceder o benefício. A partir de agora, o PM responderá em liberdade.
Pereira estava preso no Presídio Militar Romão Gomes desde o dia 5 de dezembro. Ao todo, 13 agentes foram suspensos por envolvimento direto ou indireto com o caso.
A Polícia Civil indiciou Luan por tentativa de homicídio no último dia 7. Ele foi interrogado no presídio, mas disse que só falaria em juízo.
Com o indiciamento, o inquérito aberto pela Polícia Civil deve ser concluído nos próximos dias e enviado ao Tribunal do Júri. Na sequência, o Ministério Público decidirá se oferece denúncia, pede mais providências ou se arquiva o caso.
Luan e outros seis PMs que participaram da ocorrência contra o jovem Marcelo Amaral também foram indiciados pela Corregedoria da PM por tentativa de homicídio e outros crimes militares em dezembro do ano passado. O inquérito policial militar foi concluído e enviado à Justiça Militar.
Em dezembro do ano passado, imagens que circularam nas redes sociais flagraram uma abordagem policial na qual um agente aparece jogando um homem de em um rio.
— Quase morri na mão de um policial que estava desequilibrado — disse Marcelo do Amaral, a vítima, ao comentar sobre o caso.
Em depoimento às autoridades, o jovem afirmou que estava passando próximo ao local onde acontecia um baile funk em Diadema, quando foi surpreendido por agentes que passaram a persegui-lo.
Em entrevista ao Fantástico, Amaral relatou que após ser arremessado ele caiu de joelhos dentro do córrego e conseguiu sair de lá orientado por pessoas em situação de rua. Depois, teria pego carona em um carro que o levou até uma unidade de pronto-atendimento (UPA).
Segundo uma decisão liminar proferida pelo juiz substituto Fabrício Alonso de Della Paschoa, a postura do PM representaria um indício de um suposto esquema com seguradoras. De acordo com o magistrado, Luan teria sido acionado por um representante de uma empresa para “verificar se havia veículo produto de roubo com rastreamento ativo na região”.
Com a constatação de que havia uma motocicleta Yamaha nessas condições, o policial teria ido ao local recuperar a moto. A suspeita levantada é de que essa seria uma forma da companhia recuperar veículos roubados e evitar o pagamento de encargos do seguro.