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Justiça sequestra 49 carros da BBom

A empresa Embrasystem Tecnologia em Sistemas é investigada por suposta criação de pirâmide financeira por meio da BBom, seu braço de venda direta


	Logo da Mercedes-Benz, um dos carros de luxo sequestrados: a frota, avaliada em R$ 3,5 milhões, poderá servir de garantia para eventual ressarcimento de danos a investidores e à União
 (Thomas Niedermueller/Getty Images)

Logo da Mercedes-Benz, um dos carros de luxo sequestrados: a frota, avaliada em R$ 3,5 milhões, poderá servir de garantia para eventual ressarcimento de danos a investidores e à União (Thomas Niedermueller/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2013 às 09h52.

São Paulo - A Justiça Federal em São Paulo decretou o sequestro de 49 veículos da Embrasystem Tecnologia em Sistemas, que opera no mercado multimídia. A empresa é investigada por suposta criação de pirâmide financeira por meio da BBom, seu braço de venda direta. A decisão é do juiz Marcelo Costenaro Cavali, da 6.ª Vara Criminal Federal, que acolheu pedido da Procuradoria da República.

A frota confiscada inclui 26 carros de luxo, sendo 17 Mercedes Benz, 4 Lamborghines, uma Maserati, 3 Ferraris e um Rolls Royce Ghost que, segundo a Polícia Federal, está avaliada em R$ 3,5 milhões.

Segundo a PF, a Embrasystem atua com venda de rastreador de veículos, mas o equipamento seria apenas o pretexto para arrecadar recursos e atrair novos clientes.

O juiz ordenou o confisco porque a PF encontra dificuldades em localizar a frota que faria parte do patrimônio da Embrasystem destinado a sorteios. Os carros poderão servir de garantia para eventual ressarcimento de danos a investidores e à União.

Cavali também mandou bloquear R$ 479 milhões em contas bancárias de dirigentes da empresa e de pessoas que investiram na pirâmide - desse montante, R$ 18,5 milhões já foram efetivamente congelados. A investigação corre sob segredo de Justiça por ordem de Cavali. A estimativa da PF é que pelo menos 200 mil investidores formam a pirâmide - a PF diz que em apenas 60 dias aderiram ao bolo 85 mil investidores.

Os sócios da Embrasystem podem sofrer acusação formal por lavagem de dinheiro e violação aos artigos 5.º (desvio de valores) e 16 (operar instituição financeira sem autorização do Banco Central) da Lei 7.492/86, que define os crimes contra o sistema financeiro.

Em julho, a Justiça Federal em Goiânia já havia decretado embargo de R$ 315 milhões da Embrasystem em decisão de âmbito cível.

Além da BBom, uma segunda empresa, a Unepxmil, faz parte do grupo. A BBom informa que desenvolve suas atividades baseada na venda de pacotes para interessados. “No momento que ela (BBom) está vendendo um pacote a um determinado cliente, além de estar ‘captando’ o desejado recurso, também está criando um novo cliente para a Unepxmil.”

“Nada consta”

Em seu site, a Embrasystem sustenta que sua missão é “ser reconhecida como empresa de excelência, por oferecer produtos e serviços de alta qualidade, em todos os seus segmentos”.

A Embrasystem atua “em diversas linhas de negócios, oferecendo à sociedade um portfólio de produtos e serviços líderes em seus segmentos, com estrutura de vendas e distribuição de abrangência nacional para suprir as necessidades dos clientes”. Seus valores são “transparência, ética, lealdade, responsabilidade”.

Em nota sobre as investigações, a Embrasystem disse que está “confiante no desenrolar da situação que envolve a empresa BBom com a Justiça”. “Por mais que esperamos que se resolva, a cada dia que passa fica mais complicado, pois quem vive marketing multinível sabe que tem que matar um leão a cada dia para sobreviver em um meio que ficou tão injustiçado pelo poder brasileiro.”

A Embrasystem colocou em seu site certidão de “nada consta” contra a empresa, expedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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