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Justiça recusa denúncia contra Glenn Greenwald no caso hacker

Juiz do Distrito Federal usou como base decisão de Gilmar Mendes que proibiu investigações contra o jornalista por invasão de celulares de autoridades

Glen Greenwald: jornalista do site "The Intercept" divulgou mensagens hackeadas do celular do ministro Sergio Moro e outras autoridades (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Glen Greenwald: jornalista do site "The Intercept" divulgou mensagens hackeadas do celular do ministro Sergio Moro e outras autoridades (Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de fevereiro de 2020 às 19h43.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2020 às 20h08.

Brasília - O juiz federal Ricardo Leite, do Distrito Federal, decidiu aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria da República no DF contra seis pessoas alvo de investigação na Operação Spoofing.

Todos são acusados de envolvimento em um esquema de invasão de celulares e roubo de mensagens de autoridades públicas, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

Com o recebimento da denúncia, os investigados serão colocados no banco dos réus e uma ação penal será aberta.

O juiz federal, no entanto, deixou de receber, "por ora", a denúncia contra o jornalista Glenn Greenwald, do site "The Intercept Brasil".

Leite observou uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibia que o jornalista fosse investigado e responsabilizado pelas autoridades públicas e órgãos de apuração administrativa ou criminal (como a PF) pela "recepção, obtenção ou transmissão" de informações publicadas na imprensa.

Thiago Turbay Freiria, membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) afirmou que a denúncia contra Glenn foi uma tentativa de acuar o Supremo Tribunal Federal. "Houve, em tese, uma conduta passível de ser enquadrada na Lei de Abuso de Autoridade, devido o descumprimento por parte do juiz da decisão do ministro Gilmar Mendes", disse em nota.

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