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De olho em atos pró-Lula, Justiça proíbe acampamentos em Curitiba

Movimentos de apoio a Lula estimam que 50 mil pessoas devem comparecer a atos durante interrogatório em Curitiba

Luiz Inácio Lula da Silva (Reuters/Reuters)

Luiz Inácio Lula da Silva (Reuters/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 8 de maio de 2017 às 11h16.

Última atualização em 8 de maio de 2017 às 14h35.

São Paulo - O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima quarta-feira na sede da Justiça Federal em Curitiba (PR), levou a Justiça do Paraná a proibir a montagem de acampamentos em ruas e praças da cidade e restringir o acesso aos arredores do fórum, que ficará liberado apenas para pessoas autorizadas.

A proibição vale a partir das 23h desta segunda-feira (8) até às 23h da próxima quarta-feira, dia 10.

A medida atinge em cheio a mobilização de grupos de apoio ao ex-presidente que estimam levar cerca de 50 mil pessoas de todo o país para Curitiba.

A expectativa da Frente Brasil Popular, que reúne grupos de apoio ao PT, era montar acampamento já nesta terça-feira , dia 9 de maio. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, os militantes ligados à agremiação teriam sido orientados a trajar roupas vermelhas e a trazer o "kit militante completo", com colchão e objetos de uso pessoal.

O plano era promover uma série de debates políticos e atos culturais na frente da Justiça Federal do Paraná caso o juiz Sergio Moro, que vai interrogar Lula, não aceite transmitir o depoimento ao vivo.

Se houvesse transmissão, a ideia seria instalar um telão no local para que os manifestantes acompanhem a transmissão. Além disso, está agendado um ato político com a presença do ex-presidente para as 18h de quarta.

Em nota, a Frente Brasil Popular - Paraná afirma que a"medida é uma forma de criminalização dos movimentos sociais, porque busca impedir a vinda pacífica e democrática de milhares de pessoas que buscam debater os rumos da democracia" e que as atividades programas serão realizadas. 

Na decisão, a juíza Diele Denardin Zydek, da 5ª Vara da Fazenda Pública, afirma que "o direito de manifestação não se confunde com a possibilidade de ocupação de bens públicos ou particulares”.

A multa por descumprimento da decisão vai de 50 mil reais (em caso de montagem de acampamento e passagem de veículos não cadastrados nos arredores do fórum) a 100 mil reais para pedestres que tentarem ultrapassar a área de acesso à sede da Justiça do Paraná.

No último sábado, o juiz Moro pediu, em vídeo, para que apoiadores da Lava Jato não compareçam à Justiça Federal em Curitiba a fim de evitar eventuais transtornos e conflitos. 

O depoimento de Lula  está marcado para as 14h da próxima quarta. Ele será interrogado pelo próprio Moro sobre a ação penal em que é réu por supostamente ter recebido benefícios ilícitos da construtora OAS, por meio da reforma de um apartamento e o armazenamento do acervo presidencial.

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