Hospital: “A decisão é de suma importância porque encerra um ciclo de insolvência financeira que acometia o Hospital Universitário Pedro Ernesto" (Michele Tantussi/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2016 às 20h16.
A Justiça do Rio concedeu antecipação de tutela de urgência requerida pela Defensoria Pública do Estado do Rio para que o governo do Estado efetue, em 24 horas, o repasse de R$ 3,526 milhões, para o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), que funciona como hospital-escola da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O hospital estava em risco de fechar as portas para atendimento aos pacientes devido à falta de pagamento aos fornecedores e prestadores de serviço.
A decisão da juíza Mabel Castrioto Meira de Vasconcellos, da 6ª Vara de Fazenda Pública do Rio, tem a finalidade de complementar o valor total da cota de repasse para a manutenção dos serviços, sob pena de multa diária de R$ 10 mil e que libere até o dia 27 de cada mês, para a Uerj, a cota financeira necessária para o pagamento integral das despesas de custeio mensais referentes ao Programa de Trabalho, que inclui o pagamento de prestadores de serviço, fornecedores e pessoal, atualmente no valor de pouco mais de R$ 7 milhões, devidamente atualizados, até o quinto dia útil do mês seguinte, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
A Secretaria Estadual de Fazenda liberou, na última sexta-feira (29), R$ 3,5 milhões de um total de R$ 7 milhões para o Hospital Universitário Pedro Ernesto para o pagamento de prestadores de serviço, fornecedores e pessoal.
“A decisão é de suma importância porque encerra um ciclo de insolvência financeira que acometia o Hospital Universitário Pedro Ernesto, restringindo a prestação de importantes serviços de saúde pelo hospital, e o conduzia ao seu fechamento, o que acarretaria, por certo, grave desassistência populacional, dada a importância histórica do Hupe, que reúne serviços de alta complexidade para todo o estado”, disse a defensora pública, Thaísa Guerreira, uma das autoras da ação.
Em sua decisão, a juíza Mabel Vasconcellos disse que a impontualidade nos repasses traz a possibilidade de paralisação dos serviços.
“Não se pode aceitar que o Estado deixe de repassar verbas essenciais para a manutenção dos serviços do hospital universitário, sem vislumbrar que essa omissão não encontra justificativa na mera desculpa de falta de recursos".
A Procuradoria-Geral do Estado foi notificada da decisão e analisa o processo.