Jarbas Menighini mostra seus ingressos para a primeira partida da Copa do Mundo FIFA no estádio do Maracanã, Rio de Janeiro (Yasuyoshi Chiba/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2014 às 16h42.
Rio de Janeiro - A Polícia Civil e a Justiça brasileira desarticularam uma quadrilha que vendia ilegalmente ingressos da Copa do Mundo, e investiga um possível envolvimento da CBF, além das federações de futebol de Argentina e Espanha.
No total, onze pessoas acusadas de fazer parte do grupo foram detidas. A operação também determinou o fechamento de três agências de turismo que participariam da comercialização clandestina das entradas.
"Era um grupo que faturava muito dinheiro em cada jogo. Eram cerca de 1.000 entradas por partida, com preço base de aproximadamente 1.000 euros cada", declarou à AFP o promotor Marcos Kac, responsável pela investigação.
O grupo era liderado por um argelino, identificado como Mohamadou Lamine Fofana, que é investigado há cerca de três meses pela Justiça, acrescentou Kac.
"Ele conseguia ingressos que eram destinados pela Fifa à federações de futebol, jogadores, operários, empresas. Conseguia com todos eles, e também com a Fifa", explicou.
O promotor ressaltou que estão sendo investigadas em particular as federações brasileira, argentina e espanhola.
"Entre os ingressos apreendidos estão alguns que eram destinados a essas federações. Isso está sendo investigado", afirmou.
O Ministério Público também destacou que algumas entradas eram destinadas a patrocinadores e ONGS.
Os onze detidos estão sendo acusados de cambismo, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Nove deles foram presos no Rio de Janeiro, e o outros dois em São Paulo.
A AFP constatou em várias ocasiões ingressos sendo revendidos nos arredores dos estádios do Mundial. Na terça-feira, para a partida entre Argentina e Suíça em São Paulo, as entradas eram negociadas por cerca de 1.500 dólares.
A polícia já deteve dezenas de cambistas em todo o país desde o início da Copa do Mundo.