Cidade: terreno foi vendido na década de 60 para terceiros (Prefeitura de Valinhos/Divulgação)
Clara Cerioni
Publicado em 2 de maio de 2019 às 19h17.
Última atualização em 2 de maio de 2019 às 21h45.
São Paulo — A Justiça de São Paulo chegou a uma decisão no processo mais antigo do estado que data de 1923. Após quase cem anos de tramitação, foi determinada a extinção da ação, que envolvia a partilha de bens de uma fazenda, localizada em Cravinhos (interior de São Paulo), cujo dono faleceu em 1895.
No processo, alguns dos herdeiros questionavam a forma como foi feita a divisão da terra e exigiam que os outros beneficiários pagassem a diferença. O terreno foi vendido para terceiros na década de 60.
Durante este quase um século, as partes se manifestaram inúmeras vezes e questionaram as várias decisões proferidas pela justiça.
Por conta das interferências, o processo ficou parado por mais de trinta anos — o que justificou sua prescrição e, portanto, sua extinção. A decisão do Tribunal de Justiça foi tomada em abril deste ano.
Como o processo se alongou por todo esse tempo, com trocas de advogados e das partes, os herdeiros exigiam que o bem fosse valorizado. No entanto, segundo o advogado Adalberto Pimentel, sócio da banca Manesco, Ramires, Perez e Azevedo Marques, que atuou na causa, seria impossível chegar a um acordo depois de tantos anos.
"Não é possível aferir o valor de um imóvel com base em premissas estabelecidas no início do século passado. Em 1895, não haviam estradas asfaltadas nem veículos, por exemplo", diz.