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Justiça decreta nova prisão temporária de cunhada de Vaccari

Ministério Público Federal já havia pedido a prisão preventiva de Marice Corre de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari


	João Vaccari Neto: ex-cunhada pode ter ajudado a ocultar o rastreamento de dinheiro ilegal
 (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

João Vaccari Neto: ex-cunhada pode ter ajudado a ocultar o rastreamento de dinheiro ilegal (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2015 às 14h33.

São Paulo - O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, decretou nova prisão temporária de Marice Corre de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari, nesta terça-feira, 21. O Ministério Público Federal havia pedido a prisão preventiva de Marice.

Os procuradores alegaram que Marice mentiu durante seu depoimento prestado nesta segunda-feira, 20, diante das autoridades. Ela foi detida temporariamente (por 5 dias) após se entregar, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, na sexta-feira, 17.

"A medida oportunizará nova oitiva de Marice Correa de Lima na qual ela poderá esclarecer ou não sua participação nos depósitos em espécie realizados na conta da esposa de João Vaccari Neto e as circunstâncias que envolveram esses fatos, inclusive a identificação e a localização da fonte de recursos utilizados para os depósitos, propiciando eventual sequestro judicial que eliminaria, em substituição à preventiva, a possibilidade de reiteração delitiva", afirmou o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato.

Reprodução
Marice foi identificada como a pessoa que pode ter feito depósitos "picados" para a irmão e mulher de Vaccari, considerados formas de ocultar o rastreamento de dinheiro ilegal. Ouvida ontem em Curitiba, pelos investigadores da Lava Jato, Marice negou ter feito depósitos na conta da irmã, mulher de Vaccari, em 2015. Imagens inéditas anexadas ao processo, das câmeras de bancos, mostram que a cunhada pode ter sido a origem desses depósitos e que eles teriam continuado até março.

"Não se trata aqui de compelir à confissão, mas de conceder à investigada a oportunidade de defender-se em vista da prova nova trazida pelo Ministério Público Federal, eventualmente inclusive demonstrando o desacerto das afirmações do Ministério Público Federal e das conclusões provisórias deste Juízo, e quiça demonstrando que não existe risco de reiteração delitiva pela identificação da fonte de recursos e eventual demonstração de seu exaurimento. Querendo, poderá, evidentemente, exercer o direito de ficar em silêncio", disse Moro.

A força-tarefa da Lava Jato havia identificado depósitos "picados", no limite próximo de R$ 10 mil, que somaram R$ 322,9 mil em conta da mulher do tesoureiro do PT sem identificação do depositante. Em um único dia, 12 de dezembro de 2013, Giselda Rousie de Lima recebeu em conta cinco depósitos, quatro deles no valor de R$ 2 mil e um de R$ 1.500.

Iniciou-se então uma investigação para identificação quem poderia ter feitos os depósitos. O Banco Itaú, após ser acionado pelo MPF, foi um dos que enviou imagens de suas câmeras internas.

"Ocorre que colheu o Ministério Público Federal prova junto ao Banco Itaú de que ela é a responsável por esses depósitos em espécie na conta de Giselda. Relativamente a depósitos em espécie e em iguais condições havidos em 02 e 06 de março de 2015 na conta da esposa de João Vaccari Neto, a instituição financeira, examinando as gravações das câmaras de filmagem, identificou Marice Correa de Lima como a pessoa responsável pelos depósitos no exato local, hora e minuto de sua realização", relata Moro.

"Embora Marice não tenha sido identificada nominalmente, os vídeos apresentados não deixam qualquer margem para a dúvida de que a pessoa em questão é Marice Correa de Lima, como pode ser visualizado nos documentos."

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