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Justiça condena 15 envolvidos na Operação Delivery

Em outubro do ano passado, a polícia desbaratou uma rede que favorecia a prostituição de adolescentes em Rio Branco


	Rio Branco: gravações apontam que os aliciadores tinham no tráfico internacional de pessoas uma forma de manter a rede de prostituição ativa para os clientes acreanos
 (Wikimedia Commons)

Rio Branco: gravações apontam que os aliciadores tinham no tráfico internacional de pessoas uma forma de manter a rede de prostituição ativa para os clientes acreanos (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2013 às 21h38.

Rio Branco - O juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco, Romário Divino, condenou 15 envolvidos na Operação Delivery. As sentenças foram anunciadas na tarde desta segunda-feira e fecham um longo ciclo de trabalho integrado com a Polícia Civil e Ministério Público, por meio da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado.

Em outubro do ano passado, a polícia desbaratou uma rede que favorecia a prostituição de adolescentes em Rio Branco. Nesta terça-feira, 2, pela manhã, o juiz concede entrevista.

Ao todo, foram ouvidas 47 testemunhas de acusação e 46 testemunhas de defesa. Em 258 páginas, o juiz Romário Divino concluiu um dos mais polêmicos processos do judiciário acreano. A decisão foi baseada em extenso material de áudio, vídeo e provas testemunhais.

O juiz estabeleceu a seguinte lógica na sentença divulgada ontem: quem estava preso e foi condenado, permanecerá preso: poderá recorrer da decisão, mas preso. Quem responde ao processo em liberdade e foi condenado poderá responder ao processo em liberdade.

Todos os condenados têm variadas penas alternativas e diferentes valores de multas a serem pagadas às adolescentes com as quais mantiveram relações sexuais. Entre os diálogos gravados com autorização judicial, fica evidente o ambiente de consumo de drogas "leves" (maconha), "drogas pesadas" (cocaína) por parte das adolescentes em alguns programas intermediados pela rede de aliciadores.

Em determinados trechos das gravações, fica explícito que os aliciadores também traziam meninas da Bolívia para o Acre com a finalidade de realizar "programas" com os clientes de Rio Branco. Por esses trechos das conversas, é possível demonstrar que os aliciadores tinham no tráfico internacional de pessoas uma forma de manter a rede de prostituição ativa para os clientes acreanos.

Antes de realizar um dos encontros sexuais, uma adolescente é instigada a participar de uma "brincadeira pesada", sugerindo o uso de cocaína. "Porque tu sabe que eu preciso, né?", responde a adolescente a Jardel de Lima Nogueira, apontado como o líder da rede de aliciadores.

Em outro trecho gravado com autorização judicial, as adolescentes discutem o fato de o pecuarista Adálio Cordeiro, um dos condenados na operação, "só querer transar sem camisinha". "Ele chega e fica com raiva porque só quer transar sem camisinha", reclama uma das adolescentes, afirmando que, por essa condição, deveria receber mais dinheiro.

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