Yeda Crusius: decisão acolheu pedido do MPF, que passou a entender que não há provas suficientes para colocar a tucana na condição de ré na esfera criminal (JEFFERSON BERNARDES/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2014 às 19h16.
Porto Alegre - A Justiça Federal de Santa Maria arquivou a representação criminal contra a ex-governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius (PSDB) por suposto envolvimento com a fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran entre os anos de 2003 e 2007. A decisão, tomada pelo juiz Loraci Flores de Lima, da 3ª Vara da Justiça Federal, acolheu pedido do Ministério Público Federal, autor da acusação inicial que, ao longo do processo, mudou de posição e passou a entender que não há provas suficientes para colocar a tucana na condição de ré na esfera criminal.
"Acredito que o Ministério Público Federal se conscientizou de que não havia nenhum elemento, nenhum indício contra a ex-governadora", comentou o advogado de Yeda, Fábio Medina Osório. "A ex-governadora foi submetida a um processo de linchamento moral e político sem precedentes o Rio Grande do Sul", ressaltou. "Agora começa a se restabelecer a verdade".
A fraude do Detran foi descoberta há seis anos e meio pela Operação Rodin, da Polícia Federal e Ministério Público Federal. A investigação indicou que, desde 2003, serviços do Detran eram repassados a fundações universitárias, que faziam subcontratações ilegais, superfaturavam preços e distribuíam propinas a agentes públicos aliados, que mantiveram o esquema durante a gestão de Yeda, iniciada em janeiro de 2007.
Em 2009, o Ministério Público Federal acusou 40 pessoas de terem participado diretamente ou se beneficiado dos desvios na esfera criminal. O número de réus caiu para os atuais 32. Livre da acusação na área criminal, Yeda continua na condição de ré na ação de improbidade administrativa do mesmo caso. Este processo ainda não chegou à análise de provas. Ministério Público e defesa discutem nos tribunais superiores se a Justiça Federal pode julgar governadores ou se essa competência é do parlamento. Durante sua gestão, Yeda foi alvo de um pedido de impeachment, rejeitado pela Assembleia Legislativa.