Brasil

Juros podem aumentar após medidas, diz diretor do BC

De acordo com Aldo Mendes, alta da taxa bancária cobrada dos clientes vai depender do comportamento das instituições

Fila no banco: requerimento de capital para crédito subiu de 11% para 16,5% (Claudio Rossi/VEJA)

Fila no banco: requerimento de capital para crédito subiu de 11% para 16,5% (Claudio Rossi/VEJA)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 12h29.

Brasília - As medidas prudenciais anunciadas hoje (3) pelo governo podem elevar as taxas de juros que os bancos cobram dos clientes, admitiu o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes.

Segundo ele, as medidas relacionadas ao crédito para o consumidor visam a retirar o excesso de recursos disponíveis (liquidez) no mercado. “Com a liquidez menor, pode [haver aumento do juro bancário], sim, mas depende do comportamento das instituições”, disse Mendes.

Hoje, o BC anunciou a elevação do requerimento de capital das instituições financeiras dos atuais 11% para 16,5%, para a maioria das operações de crédito a pessoas físicas. Isso significa que, para cada R$ 100 emprestados, o banco deverá ter R$ 16,5 e não mais R$ 11 para arcar com riscos. Para o crédito ao consumidor, a regra vale para os empréstimos com prazo superior a 24 meses. No caso do crédito consignado, a medida atinge operações com prazo superior a 36 meses.

No caso do financiamento de veículos, a alíquota incidirá quando o prazo de pagamento do empréstimo for de 24 a 36 meses, com entrada inferior a 20% do valor do bem. A regra também vale quando o prazo for de 36 a 48 meses e a entrada for inferior a 30% do valor do bem. Outra situação em que a regra passa a vigorar é nos casos de prazo de financiamento entre 48 e 60 meses, quando a entrada for inferior a 40% do valor do bem.

O aumento da alíquota não se aplica às operações de crédito rural e habitacional e ao financiamento ou arrendamento mercantil (leasing) de veículos de carga.

Também houve alteração nos depósitos compulsórios, dinheiro que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, diminuindo, assim, os recursos disponíveis para emprestar aos clientes. Segundo o Banco Central, o adicional de compulsório sobre depósitos à vista e a prazo será elevado de 8% para 12%. O compulsório sobre depósitos a prazo aumentará de 15% para 20%.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBancosFinançasJurosMercado financeiro

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi