Esse foi o maior passo dado no sentido de integração desde a Constituição. Nunca antes nós tivemos a União dando rumo para segurança pública, afirmou o ministro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de maio de 2018 às 12h47.
Brasília - O ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a Operação Luz na Infância 2, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 17, com foco no combate à exploração e abuso sexual contra crianças e adolescentes, representa um avanço na integração das inteligências das polícias no País.
Mais de 2,6 mil policiais civis cumpriram 579 mandados de busca e apreensão de arquivos com conteúdos suspeitos. "Essa é a maior operação integrada envolvendo policiais civis de todo Brasil", disse Jungmann.
De acordo com dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), esta também é a maior operação para reprimir crimes de abuso infanto-juvenil concentrada em um único dia no mundo todo. Até o momento, foram registradas 132 prisões em flagrantes em 284 cidades do Distrito Federal e 24 Estados. O número deve aumentar até o balanço do final do dia. Para a operação, foram analisados cerca de um milhão de arquivos suspeitos pela Diretoria de Inteligência da Senasp.
Entre os presos, houve casos de pessoas flagradas com um mínimo de 150 arquivos baixados até 200 mil arquivos. Alessandro Barreto, coordenador de contrainteligência da Diretoria de Inteligência da Senasp, afirmou que foram presas pessoas de diferentes perfis, homens e mulheres "acima de qualquer suspeita", como educadores, advogados, profissionais de saúde e servidores públicos. A faixa etária também varia desde os 20 e poucos anos até idosos.
Jungmann lembrou que nesta quarta-feira, 16, o Congresso aprovou o Sistema Único da Segurança Pública (Susp) e, após a sanção, este tipo de ação integrada deverá ser permanente. O ministro disse que a pasta já contava com a aprovação da matéria e possui um grupo de trabalho que se prepara para a implementação do sistema imediatamente. Ele admitiu, no entanto, que serão "passos lentos" e admitiu que sua gestão não "colherá todos os resultados".
"Esse foi o maior passo dado no sentido de integração desde a Constituição. Nunca antes nós tivemos a União dando rumo para segurança pública. São passos iniciais, a situação ainda é difícil, mas estamos dando rumo e buscando assegurar que todos os cidadãos tenham direito à segurança. Não estaremos aqui para colher todos os resultados, temos apenas alguns meses de governo, mas deixaremos as condições de trabalho como legado para mudar essa triste realidade de insegurança", declarou.
O ministro prometeu que, até o final do ano, deverão ser aprovadas novas fontes permanentes de recursos para a segurança pública e o governo também deve editar uma medida provisória para disponibilizar verba para a área de forma mais imediata.