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Jungmann descarta Forças Armadas nas ruas no Rio

Segundo o ministro da Defesa, desta vez os militares apenas darão apoio a operações de inteligência das polícias Militar, Civil e Federal

Forças armadas nas ruas do Rio de Janeiro: Jungmann também não quis adiantar quando acontecerão essas ações, que, afirmou, vão durar até o final de 2018 (./Agência Brasil)

Forças armadas nas ruas do Rio de Janeiro: Jungmann também não quis adiantar quando acontecerão essas ações, que, afirmou, vão durar até o final de 2018 (./Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de julho de 2017 às 16h18.

Última atualização em 25 de julho de 2017 às 16h19.

Rio - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, descartou nesta terça-feira, 25, a possibilidade de as Forças Armadas atuarem no policiamento das ruas do Rio de Janeiro. Segundo ele, desta vez os militares apenas darão apoio a operações de inteligência das polícias Militar, Civil e Federal.

Jungmann também não quis adiantar quando acontecerão essas ações, que, afirmou, vão durar até o final de 2018. Em entrevista à Rádio CBN, ele comparou a participação militar na segurança pública ostensiva - que já aconteceu em outras ocasiões - a um período de férias para os criminosos.

"Há uma sensação (de segurança) que todos têm quando se vê um soldado patrulhando a rua. Só que aquilo são férias para bandido, porque eles sabem que nós temos que sair, que não é possível permanecermos por tempo indefinido. E aí eles simplesmente se retraem, tiram férias, e voltam em seguida à nossa saída.

O que precisa fazer é ir aonde está o comando do crime e seus instrumentos, suas ferramentas. Aí você tem, de fato, condições de reduzir a criminalidade, tornando a segurança não algo que vai e vem a reboque da presença de forças ostensivas, mas de fato reduzindo a capacidade da criminalidade. Isso só se faz com inteligência e ação integrada", defendeu.

Jungmann afirmou ainda que a atuação militar no policiamento das ruas custa caro e só é usada quando há um "esgotamento da capacidade de manter a segurança".

A ocupação do Complexo da Maré durante um ano e meio, lembrou, custou R$ 400 milhões aos cofres federais. Na Olimpíada, o envio de 23 mil homens consumiu R$ 3 bilhões. Em sua opinião, os custos inviabilizam a generalização dessa experiência. "Imagina fazer isso em todo o Rio", disse.

Para o ministro, há criminosos ligados ao poder público no Rio. "O Rio tem um problema que é a criminalidade e outro que é aquela parte do Estado e do poder público que foi capturada pelo crime. Ou seja, o crime conseguiu se infiltrar nas diversas esferas governamentais do Estado do Rio. Não só apenas nas forças policiais, é muito mais amplo. Você viu o que aconteceu no Tribunal de Contas", disse.

Segundo o ministro, o avanço do crime ocorre em todo o País, mas no Rio está num estágio mais avançado.

"Há 800 comunidades que estão sob o controle do crime organizado (no Rio de Janeiro). Ora, quem controla território tem voto. Quem tem voto elege seus representantes ou seus aliados. Isso significa que o crime tem capacidade de colocar no Legislativo do Rio alguns de seus representantes", acusou.

Jungmann também anunciou que irá ao Rio, ainda nesta semana, para se reunir com as autoridades de segurança Pública do Estado. O assunto será as operações das Forças Armadas com as polícias do Rio.

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