Manifestações: aliados protestam contra possibilidade de o ex-presidente ser preso (Adriano Machado/Reuters)
Maurício Grego
Publicado em 4 de abril de 2018 às 23h23.
Última atualização em 5 de abril de 2018 às 18h31.
São Paulo — O julgamento do pedido de habeas corpus de Lula no Supremo Tribunal Federal (STF) segue sob o olhar atento da imprensa internacional. Até agora, o resultado parcial da votação indica que o habeas corpus deve ser negado.
Isso abre a possibilidade de o ex-presidente ser preso para cumprir a sentença de 12 anos de prisão a que foi condenado por corrução e lavagem de dinheiro. Veja o que dizem três noticiários estrangeiros sobre o caso.
Para o diário nova-iorquino The New York Times a decisão do STF sobre o habeas corpus de Lula tem potencial para “redesenhar o sistema jurídico brasileiro em meio a uma longa investigação sobre corrupção e lavagem de dinheiro”.
O site do jornal cita um argumento usado pelo ministro Roberto Barroso ao proferir seu voto no STF: “Não estamos debatendo uma herança política. É sobre decidir se a jurisprudência que a corte estabeleceu deve ser aplicada a todas as pessoas. É um teste da nossa democracia.”
A agência de notícias Reuters destacou a importância do julgamento do habeas corpus de Lula para pôr fim a uma injusta tradição de impunidade para os mais ricos no país.
“Juízes de tribunais ordinários, os principais promotores e grupos empresariais pediram à corte que mantenha sua decisão de 2016, determinando que réus possam ser encarcerados se a condenação for confirmada no tribunal de apelação, como aconteceu com Lula neste ano.”
“Antes dessa determinação, apelações no complexo e terrivelmente sobrecarregado sistema jurídico brasileiro podiam se prolongar por muitos anos, garantindo impunidade àqueles suficientemente ricos para pagar advogados que pudessem lançar incontáveis apelações técnicas.”
Juíza-chave vota a favor da prisão de Lula, diz o título de reportagem publicada nesta noite no site do jornal britânico Financial Times. O jornal refere-se à ministra Rosa Weber, autora do voto que deve ser decisivo para a rejeição do pedido de habeas corpus de Lula. “A votação ainda prossegue, e o ex-presidente ainda pode escapar da prisão imediata”, observa o noticiário.