Policiais federais: os participantes do ato também demonstraram contrariedade com as mudanças na reforma da Previdência Social (Divulgação/ Polícia Federal/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 28 de abril de 2017 às 16h20.
Juízes e policiais federais fizeram ato nesta sexta-feira (28), no prédio da Justiça Federal, contra a Lei do Abuso de Autoridade e as tentativas de enfraquecimento da Operação Lava Jato.
Eles também criticaram a forma como está tramitando o projeto da reforma da Previdência Social, proposto pelo governo federal.
"A Lei de Abuso de Autoridade criminaliza a atuação do juiz, da Polícia Federal e do Ministério Público. Este momento é inadequado para a discussão desta lei. A Operação Lava Jato vem prendendo corruptos dos mais altos escalões da politica nacional. Este projeto é uma ameaça concreta, direcionada à Lava Jato", disse o presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Fabrício Fernandes de Castro.
A Polícia Federal (PF) foi representada pelo diretor-regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, delegado Luiz Carlos Cruz .
"A Polícia Federal não vai se intimidar como nunca se intimidou. Nós vamos as últimas consequências. Em determinados momentos temos que agir com firmeza, mas isto não significa abuso de autoridade, apenas usamos a força necessária para aplicar a lei. Tem grupos de políticos querendo votar medidas para tentar intimidar a operação [Lava Jato]".
Os participantes do ato também demonstraram contrariedade com as mudanças na reforma da Previdência Social.
Segundo o grupo, mesmo que sejam necessárias as mudanças no sistema, não está havendo diálogo suficiente com a sociedade.
Funcionários da Justiça Federal também fizeram ato de protesto contra as reformas da Previdência Social e trabalhista, na calçada em frente ao prédio da Justiça Federal.
Para o diretor do Sindicato da Justiça Federal no Rio de Janeiro, Marcelo Costa Neris, ambas reformas retiram direitos adquiridos dos trabalhadores.
"Estamos participando da greve geral, uma vez que essas reformas não foram negociadas com os trabalhadores. Negociaram com os empresários da indústria, do comércio, dos setores financeiro e agronegócio, mas em nenhum momento sentaram para dialogar com os trabalhadores. A reforma trabalhista atinge os servidores da iniciativa privada e públicos que poderão ser demitidos em massa, se um um órgão público for extinto", disse Marcelo Neris.