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Juiz prorroga por cinco dias prisão de suspeitos de hackear Moro

Prorrogação foi solicitada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal devido à grande complexidade da investigação

Sergio Moro: ministro não foi a única autoridade a ter celular invadido (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Sergio Moro: ministro não foi a única autoridade a ter celular invadido (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de julho de 2019 às 21h46.

O juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara de Brasília, decidiu prorrogar por mais cinco dias a prisão temporária dos quatro alvos da Operação Spoofing, sob suspeita de invadir celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e outras autoridades dos três Poderes.

De acordo com o magistrado, Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveiras devem continuar presos para que sejam aprofundadas as investigações da Operação Spoofing, que mira ataques hacker a mil pessoas, entre elas, autoridades dos três Poderes.

A prorrogação foi solicitada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal devido à grande complexidade da investigação e à grande quantidade de dados apreendidos a serem analisados nos próximos dias.

Os investigadores ainda não conseguiram obter o conteúdo dos celulares de dois dos presos, Gustavo e Suelen, tampouco tiveram acesso às contas de bitcoin que ambos possuem, de forma que a liberdade os permitiria movimentar dinheiro.

Vallisney ressalta ser necessário continuar a apuração sobre crimes financeiros, como fraudes bancárias.

Segundo o magistrado, "sem a prorrogação de mais 5 dias das prisões, soltos os investigados poderão agir e combinar e praticar condutas, isoladamente e em conjunto, visando apagar provas em outros endereços, mudar senhas de contas virtuais, fazer contatos com outras pessoas eventualmente envolvidas, retirar valores de contas desconhecidas ou de algum modo prejudicar o inquérito policial".

O juiz ainda afirma, em decisão, que a investigação "depende ainda de um trabalho técnico pericial e que demandará mais alguns dias para ser concluído, considerando-se que dos diversos aparelhos alguns ainda estão com os impeditivos das senhas e outros precisam ser vasculhados e periciados de forma abrangente".

O juiz anota que, pelos interrogatórios dos alvos da Spoofing, "observa-se que os investigados deram diversas informações sobre os fatos em apuração, havendo ainda necessidade de continuidade das investigações".

Vallisney afirma que ainda está pendente a avaliação do "completo cenário e a profundidade das invasões praticadas, mesmo porque a informação técnica atesta que cerca de 1000 pessoas ou números telefônicos teriam sido alvos dos ataques".

E também de "localizar a origem da quantia de R$ 99 mil em espécie apreendidos com Gustavo Henrique e Suelen e se possuem (e qual grau de) ligação com a atividade de invasão diretamente realizada por Walter".

O juiz afirma que é necessário "descobrir mais sobre apreensão em poder de Danilo Marques de 60 chips lacrados para telefone celular pré-pago da TIM e sua destinação e utilidade nas investigações".

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