Congresso: “agentes políticos” trancaram pauta para forçar nomeação de Paulo Roberto Costa, diz Youssef (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2014 às 17h27.
Brasília - O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, autorizou hoje (23) que o doleiro Alberto Youssef preste depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) na quarta-feira (29), às 14h30.
Apesar de ter poderes de investigação para convocar investigados, a autorização formal é necessária para que o doleiro deixe a carceragem da Superintendência da Polícia Federal e seja transportado para Brasília.
Na decisão, Moro pediu que Youseff não seja conduzido com algemas e lembrou que ele tem o direito de ficar em silêncio durante o depoimento.
“Não sendo Alberto Youssef acusado de crimes praticados com violência ou grave ameaça, deve ser evitada a utilização de algemas na apresentação do preso. De forma desnecessária e redundante, consigno, não obstante, que a Alberto Youssef devem ser garantidos os direitos inerentes à condição de acusado/investigado, inclusive direito ao silêncio e à assistência pelo defensor constituído”, disse o juiz.
No início deste mês, em depoimento à Justiça Federal, nas ações penais oriundas da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Youssef disse que “agentes políticos” trancaram a pauta no Congresso para forçar a nomeação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, feita pelo líder do PP à época, José Janene, que morreu em 2008.
Segundo ele, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi pressionado por partidos aliados a aceitar a indicação de Costa.