Romero Jucá: de acordo com Jucá, o presidente recebeu com tranquilidade as notícias de quarta-feira (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de abril de 2017 às 14h58.
Última atualização em 12 de abril de 2017 às 15h35.
Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta quarta-feira que o governo não parou e "vai continuar no mesmo ritmo" e que a decisão do Supremo Tribunal Federal de autorizar a investigação de dezenas de políticos, inclusive oito ministros, "não está no radar institucional".
Segundo ele, os auxiliares presidenciais vão apresentar suas defesas no Judiciário.
"O presidente está cobrando da equipe econômica os trabalhos de que as reformas sejam feitas rapidamente. Sejam debatidas com a base. O trabalho vai continuar no mesmo ritmo, nós não vamos ficar paralisados. O governo continua trabalhando normalmente", disse Jucá.
O senador afirmou ainda que os ministros não apresentaram suas defesas ao presidente e não o farão. "Isso não está no radar institucional do governo. Os ministros vão apresentar suas defesas ao Judiciário", disse, ao ser questionado se os oito haviam conversado com Temer.
De acordo com Jucá, o presidente recebeu com tranquilidade as notícias de quarta-feira apontando a abertura de inquéritos para um número considerável de ministros, senadores e deputados, além de quatro ex-presidentes da República e pediu que todos continuassem a "trabalhar firme".
"Era natural. Todo mundo que disputou a eleição está ou estará na lista", disse.
Questionado qual a autoridade que um Congresso com dezenas de investigados teria para levar adiante uma reforma tão polêmica quanto a da Previdência, Jucá respondeu que os parlamentares têm "a autoridade do voto".
"A autoridade do voto que tivemos e que, até que se prove a culpa, todos são inocentes. O problema é que há processo de pré-julgamento", disse.
De acordo com o senador, que está presente em cinco inquéritos abertos na quarta-feira pelo ministro Edson Fachin, o que está sendo questionado não é a posição individual, mas o modelo político atual.
"O que está em xeque, o que está em discussão, o que está sendo passado a limpo, é o modelo político. Você tinha um modelo que se contatava com empresas, pedia doações e elas atuavam. Vínhamos em uma escalada de gastos que não tinha fim. Cada campanha mais sofisticada que outra e estava ficando algo estratosférico", afirmou.