Romero Jucá: "ficará muito difícil começar o ano iniciando uma discussão de reforma de Previdência" (Valter Campanato/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de novembro de 2017 às 16h04.
Última atualização em 9 de novembro de 2017 às 16h04.
Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), considera que a reforma da Previdência precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados até o final do ano, caso contrário seria inviabilizada.
"Se virar o ano sem votar esta matéria, ficará muito difícil começar o ano iniciando uma discussão de reforma de Previdência", disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Para ele, se os deputados aprovarem um "projeto palatável", não há "nenhuma dúvida" que os senadores terão "responsabilidade" para discutir e votar a matéria no início de 2018.
Jucá admitiu que o calendário da reforma foi prejudicado pelas denúncias contra o presidente Michel Temer, apresentadas pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
"O calendário da reforma da Previdência foi extremamente impactado pelas ações do Rodrigo Janot, contrário a todo esse projeto de reformas que nós estamos fazendo", criticou.
"É claro que as denúncias prejudicaram esse calendário, estamos chegando ao final do ano, portanto, com a proximidade da eleição, seria muito importante que a Câmara pudesse definir aquilo que precisa ser votado."
O senador disse que é importante aprovar "alguma medida" da reforma, pois isso representaria uma mudança no "modelo previdenciário" e um "avanço político". "Mesmo que não seja tudo o que precisa ser votado", ponderou.
Ele defendeu a aprovação de pelo menos dois pontos da reforma, que chamou de "mais emblemáticos": idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens e igualar os regimes de trabalhadores privados e servidores públicos.
"São dois pontos que acho que não teriam nenhum tipo de celeuma", avaliou Jucá. Mais cedo, no entanto, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda), afirmou que isto não seria suficiente para garantir uma economia que seja "substancialmente superior" à metade do efeito fiscal esperado na proposta original.
O peemedebista negou a possibilidade de encaminhar um novo texto sobre a reforma previdenciária para o Senado, onde haveria maior receptividade, pois considera que isso seria "jogar fora" as discussões feitas na Câmara este ano.
"A Câmara é que está com a palavra, não adianta o Senado se manifestar sobre isso, nós dizemos que é importante aprovar, mas os deputados deverão fazer uma avaliação conjuntural do que será possível aprovar."