Jucá: "tivemos algumas ausências de senadores, mas a base do governo mostrou que continua forte", disse (Pedro França/Agência Senado)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 17h22.
Brasília - O líder do governo no Congresso Nacional, senador Romero Jucá (PMDB-RR), minimizou nesta terça-feira, 13, o placar menor pela aprovação em segundo turno no Plenário do Senado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria o teto para os gastos da União.
A medida foi aprovada por 53 votos a 16, resultado inferior aos 61 votos favoráveis a 14 da votação em primeiro turno. "Tivemos algumas ausências de senadores, mas a base do governo mostrou que continua forte. Em nenhum momento corremos o risco de não aprovar a PEC", afirmou o senador.
"Preferimos votar logo, até mesmo para dar um sinal ao mercado e aos investidores. Se tivéssemos adiado a votação, demonstraríamos um sinal de fraqueza", completou.
Jucá reafirmou que a aprovação do Novo Regime Fiscal é um passo importante para o reequilíbrio das contas públicas e voltou a dizer que a oposição mente ao dizer que a PEC irá retirar recursos da Saúde e da Educação.
"A PEC significa que o governo preferiu cortar gastos de custeio em vez de optar pela alta de impostos. A recriação da CPMF que o governo anterior desejava não é uma alternativa no governo Temer", acrescentou.
Questionado se o placar menor na aprovação da PEC do Teto pode significar dificuldades para o governo aprovar a Reforma da Previdência no Congresso, Jucá limitou-se a dizer que a PEC que altera o regime previdenciários ainda está começando a ser discutida na Câmara e só virá para o Senado em 2017.
"A discussão sobre a Reforma da Previdência tem que ser feita com fatos e verdades, e não com mentiras, como faz a oposição. Tenho certeza de que a Reforma da Previdência que será votada e promulgada pelo Congresso será melhor que a enviada pelo governo", concluiu.
O líder do governo ironizou as insinuações do líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), para que o presidente Michel Temer renuncie.
"O senador Caiado é candidato à Presidência da República e é saudável que haja muitos candidatos para que haja bastante debate em 2018. Mas, a Constituição garante o mandato do presidente Michel Temer até 2018", rebateu.
Jucá citou a alta das ações de estatais e a queda da taxa Selic como indicadores positivos do atual governo, mas lembrou que em nenhum momento a equipe econômica se comprometeu a entregar apenas resultados positivos no curto prazo, uma vez que a situação econômica do País é muito delicada.
"Não se faz milagre para ressuscitar do quadro de penúria e desgraça deixado pelo governo do PT", acrescentou.
O senador disse ainda que o governo e o PMDB não temem novas delações, após ministros e parlamentares da base terem sido citados por executivos da Odebrecht em depoimentos que vazaram para a imprensa. "O vazamento de delação não homologada é ilegal", definiu.
Jucá lembrou que Temer pediu clareza e celeridade ao Ministério Público para investigar os fatos citados. "Não dá para duvidar da classe política o tempo todo. Queremos rapidez nas investigações para não gerar suspeições irresponsáveis", concluiu.