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Jucá acusa Dilma de prejudicar imagem do Brasil no exterior

“A nível internacional, a postura do governo e da presidente Dilma, está, no fundo, comprometendo a imagem do país"


	Dilma Rousseff: ela viaja amanhã (21) para Nova York para participar, na sexta-feira (22), da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Dilma Rousseff: ela viaja amanhã (21) para Nova York para participar, na sexta-feira (22), da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2016 às 14h20.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse hoje (20) que a presidente Dilma Rousseff está prejudicando a imagem do Brasil no exterior ao classificar o processo de impeachment de golpe.

“A nível internacional, a postura do governo e da presidente Dilma, está, no fundo, comprometendo a imagem do país. Nós estamos muito preocupados com o tipo de mensagem equivocada e até maléfica que está sendo passada para setores internacionais que não têm o detalhe dos procedimentos constitucionais do Brasil e podem ser enganados com a tentativa de passar a imagem que há algum tipo de golpe”, disse Jucá, após participar de reunião de articuladores políticos com o vice-presidente Michel Temer, na capital paulista.

Dilma viaja amanhã (21) para Nova York, nos Estados Unidos, para participar, na sexta-feira (22), da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ontem (19), em entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do Planalto, Dilma criticou o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por conspirarem contra seu mandato.

Para se contrapor às afirmações de Dilma, Jucá, que ocupa a presidência do PMDB, disse que o partido está difundindo outra versão do processo de destituição para a imprensa estrangeira.

“Nós estamos prestando informações a nível internacional. Ontem, eu, como presidente do PMDB, assinei uma nota que está sendo distribuída para todo o mundo”, ressaltou o senador.

Na semana que vem, Jucá disse que vai conceder entrevista para os jornalistas estrangeiros sobre os ritos do impeachment.

“Exatamente, para que, depois da instalação, na segunda-feira, da comissão que vai fazer o julgamento da presidente Dilma, podermos esclarecer legalmente os passos que estão sendo tomados”, acrescentou.

Após a aprovação da instalação do processo de impedimento, pela Câmara dos Deputados, os senadores deverão, agora, julgar o mérito da questão.

Em uma primeira votação, Dilma poderá ser afastada por até 180 dias. Em seguida, o tema será levado ao plenário mais uma vez, quando dois terços da Casa terão de aprovar a destituição da presidente para que o processo seja consumado.

“É muito importante ressaltar que tudo está sendo feito de acordo, e em conjunto com o Supremo Tribunal Federal, sem nenhum tipo de anormalidade política ou jurídica no Brasil”, enfatizou Jucá.

TSE

O presidente do PMDB defendeu a tese de que as contas da campanha de Temer e Dilma sejam apreciadas separadamente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte avalia denúncias de irregularidades nas doações para a chapa presidencial na eleição de 2014.

“As ações específicas do PT no que dizem respeito a prestação de contas não tem a ver com o presidente Michel Temer. São pessoas distintas, partidos distintos, que tiveram atuação distinta”, ressaltou.

Apesar do vice-presidente não estar se manifestando publicamente, Jucá admitiu que Temer tem conversado para avaliar ações e nomes para um possível governo.

“É uma espera silenciosa na manifestação, não é uma espera paralisante. O presidente Temer não está paralisado, está atuando”, disse.

“Ele vai pensar, conversar, ouvir e raciocinar. Mas só vai divulgar quando, juridicamente puder fazer isso. Ou seja, depois da manifestação do Senado”, concluiu.

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