Kelly Cristina Cadamuro: ela viajava de São José do Rio Preto (SP) para se encontrar com o namorado em Itapagipe (MG) quando foi agredida e estrangulada pelo acusado (Facebook Kelly Cadamuro/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de novembro de 2017 às 13h30.
Sorocaba - A jovem Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, morta ao dar carona para um desconhecido, entrou no grupo de caronas para reduzir os gastos com viagens e economizar dinheiro para o casamento, segundo seus familiares.
Ela viajava com frequência de Guapiaçu, na região de São José do Rio Preto, onde morava, para Itapagipe, em Minas Gerais, onde reside o namorado, o engenheiro Marcos Antônio da Silva, de 28 anos.
Para dividir as despesas, a jovem compartilhava as viagens com pessoas do grupo formado por meio do aplicativo WhatsApp.
De acordo com um tio, Adriano Barcelos Augusto, a jovem era dedicada ao trabalho e fazia economia porque planejava ter filhos e formar família. Ela trabalhava numa loja de óculos e fazia estágio como técnica em radiologia, sua área de formação. Segundo ele, a jovem era muito apegada à família, que está "arrasada" com o crime.
O namorado confirmou que o plano do casal era financiar uma casa, por isso os dois guardavam dinheiro. Alguns móveis já haviam sido comprados.
Kelly desapareceu na noite de quinta-feira, 2, depois de combinar pelo aplicativo WhatsApp uma carona com um casal de Rio Preto - na hora da partida, só apareceu o rapaz, depois identificado como Jonathan Pereira do Prado, de 33 anos. Prado cumpria pena por vários crimes e foi beneficiado com a saída temporária da Páscoa, mas não retornou à prisão e foi considerado foragido.
O corpo de Kelly foi encontrado no dia seguinte, seminu, com as mãos amarradas e sinais de estrangulamento, e com a cabeça mergulhada num córrego, entre Frutal e Itapagipe, em Minas. Câmeras de uma praça de pedágio mostraram Prado voltando sozinho com o carro. O veículo foi achado depenado, próximo de Mirassol.
A Polícia Civil de Frutal trabalha com a hipótese de latrocínio - roubo seguido de morte. Exames preliminares não confirmaram violência sexual. De acordo com a confissão do matador, a jovem resistiu e lutou, obrigando-o a amarrá-la. Ele negou o estupro e disse que a calça dela saiu quando ele a arrastava pelo mato até o córrego.
Exames confirmaram que ela foi agredida e estrangulada. Prado teria dito que pretendia apenas roubar e escolheu a vítima aleatoriamente, mas a polícia acha que ele premeditou o crime.
Outros dois suspeitos de participação no assassinato, Wander Luís Cunha, de 34 anos, e Daniel Teodoro da Silva, de 24, teriam sido apenas receptadores dos objetos furtados da jovem.
A advogada de Daniel, Patrícia Ferreira Barbosa, pediu sua soltura para que responda em liberdade, mas a justiça ainda não decidiu. Wander e Prado não tinham advogados constituídos até a manhã deste sábado, 4.