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Jovem admite ser autora do disparo no carro de Adriano

Adriene Cyrilo fez o disparo acidental que atingiu a sua mão esquerda, ao contrário da acusação que fez contra o jogador de futebol

No primeiro depoimento à polícia, ainda no hospital Barra D'Or, no último domingo, Adriene afirmou que o jogador era quem segurava a arma (Divulgação)

No primeiro depoimento à polícia, ainda no hospital Barra D'Or, no último domingo, Adriene afirmou que o jogador era quem segurava a arma (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2012 às 19h55.

Rio de Janeiro - A jovem Adriene Cyrilo, de 20 anos, confessou nesta quarta-feira à polícia que estava segurando a arma quando houve o disparo acidental que atingiu a sua mão esquerda, no final da madrugada do último sábado, dentro do carro do jogador Adriano, do Corinthians, na saída da boate Barra Music, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro). Após uma acareação (confronto de depoimentos) com o atleta e as outras quatro pessoas que estavam no veículo, a jovem chorou e admitiu ter mentido.

No primeiro depoimento à polícia, ainda no hospital Barra D'Or, no último domingo, Adriene afirmou que o jogador era quem segurava a arma. Adriano, segundo ela, estava no banco de trás, com a jovem e outras duas mulheres. No mesmo dia, a perícia apontou que o tiro havia sido disparado por alguém que estava no banco traseiro. Desde o início, o atacante - primeiro a amigos e, depois, no depoimento à polícia - vinha afirmando que estava no banco do carona, na frente.

A versão foi apresentada pelas outras três mulheres e o amigo do jogador, que dirigia o carro, o PM reformado Julio Cesar Barros, dono da arma. Nesta quarta, após Adriene deixar o hospital - ela passou por uma cirurgia de quatro horas, na última terça -, todos foram convocados para a acareação. Somente Daniele Pena não compareceu. Segundo o delegado Fernando Reis, titular da 16.ª DP e responsável pela investigação, ela não conseguiu sair a tempo do trabalho.

"No depoimento, depois de muito vai e vem, ela (Adriene) confessou que mentiu. Pegou a arma que estava embaixo do banco e ela detonou", disse o delegado. A jovem, segundo ele, não explicou por que mentiu. "Apenas chorou muito, dizendo que estava arrependida e no meio daquela confusão toda ficou perdida", completou.

Durante a acareação, todos foram levados para o pátio da delegacia, onde fizeram a reconstituição do momento do disparo no carro de Adriano - ainda com a marca da bala na lataria. Os peritos recriaram duas situações: uma com o atacante no banco do carona, outro com ele no banco traseiro. Na segunda, ao lado de três mulheres, a porta do carro sequer fechou. "Vocês viram, fisicamente ele não cabia ali", disse o delegado aos jornalistas, que puderam acompanhar a reconstituição.

Quando começaram a surgir as contradições entre os depoimentos da jovem e dos demais - que corroboravam com o que dizia Adriano - o delegado chegou a dizer que, caso fosse comprovado que Adriene estava mentindo, ela poderia ser indiciada por denúncia ou ação caluniosa. No entanto, com a confissão no decorrer da investigação, a jovem foi beneficiada pelo chamado "arrependimento eficaz" e por isso não será indiciada.

Como o dono da arma possuía registro e ela estava na mão da vítima, ninguém deve ser indiciado. O delegado não quis informar um prazo para a conclusão do inquérito, o que deve ocorrer somente depois de janeiro, já que o titular da 16.ª DP tirará férias. "Todos os elementos colhidos coincidem e dão credibilidade à confissão (de Adriene). Demos um passo importante, mas ainda não concluímos a investigação", ressaltou Reis.

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