José Serra: "Para mim foi motivo de orgulho integrar sua equipe. No Congresso, honrarei meu mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à recuperação da economia" (José Cruz/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 21h13.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2017 às 22h28.
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, José Serra, uma das principais lideranças do PSDB, pediu demissão do cargo nesta quarta-feira, alegando problemas de saúde.
Em carta ao presidente Michel Temer, divulgada pelo Palácio do Planalto, Serra afirma que esses problemas o "impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes à função de chanceler".
Serra disse que, segundo os médicos, o tempo para seu restabelecimento adequado é de pelo menos quatro meses, sem detalhar qual o problema de saúde.
"Para mim foi motivo de orgulho integrar sua equipe. No Congresso, honrarei meu mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à recuperação da economia, ao desenvolvimento social e à consolidação democrática do Brasil", afirmou na carta.
Nome sempre citado entre os possíveis candidatos presidenciais do próximo ano, Serra foi o primeiro cacique tucano a defender a necessidade de o PSDB apoiar um então eventual governo Temer.
Quando o peemedebista passou a ocupar interinamente a Presidência da República, devido ao afastamento de Dilma Rousseff, em maio do ano passado, Serra assumiu o Itamaraty.
Prefeito de São Paulo e governador do Estado de São Paulo, Serra tentou a Presidência em 2002, quando perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva, e em 2010, sendo derrotado por Dilma, ambos do PT. Quatro anos depois foi eleito senador.
Com um longa carreira política, iniciada ainda jovem quando presidiu a União Nacional dos Estudantes (UNE), foi para o exílio depois do golpe de Estado de 1964, vivendo na França, Chile e Estados Unidos.
Mestre e doutor em economia, Serra foi deputado federal e ministro do Planejamento e da Saúde no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo uma fonte do governo, Serra planejava indicar o atual embaixador em Washington, Sérgio Amaral, para assumir seu lugar. Também estariam no páreo o atual secretário-geral do Itamaraty, Marcos Galvão, e Rubens Barbosa, que já tinha sido cogitado no início do governo.
Demissão de Serra foi explicada por problemas na saúde. Ele teria sequelas pela operação na coluna que se submeteu recentemente.
— EXAME Brasil (@exame_noticias) February 23, 2017
2- rumores de que seu nome teria sido citado por delatores da Odebrecht na Lava Jato teriam colaborado para que ele decidisse sair de cena
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Serra nunca escondeu que gostaria de um papel de protagonismo no governo Temer para pavimentar sua candidatura à Presidência em 2018
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