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José Genuíno teria recebido ajuda da Odebrecht após mensalão

Após a divulgação do mensalão, o ex-presidente do PT começou a ter problemas financeiros e, por isso, a empreiteira fez intervenções diretas para ajudá-lo

José Genuíno: o petista foi o único candidato não eleito que voltou a procurar os executivos da empreiteira para agradecer as doações (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

José Genuíno: o petista foi o único candidato não eleito que voltou a procurar os executivos da empreiteira para agradecer as doações (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2017 às 15h32.

Brasília - O ex-presidente do PT e condenado no processo do mensalão José Genoino foi citado pelo ex-diretor da Odebrecht Alexandrino de Alencar e pelo ex-superintendente da empreiteira Carlos Armando Paschoal em delações premiadas acordadas com o Ministério Público.

Segundo Alexandrino de Alencar, depois do processo do mensalão, Genoino começou a ter problemas financeiros e, por isso, a Odebrecht fez intervenções diretas para ajudá-lo.

"Depois que aconteceu o mensalão, visitei o José Genoino. Uma das vezes que eu o procurei, vi que ele estava em sérias dificuldades financeiras, e isso me impactou, até pela relação que tinha ao grupo. Sendo que procurei o Emílio Odebrecht e disse 'Zé Genoino está em dificuldades'. 'Então vamos ajudá-lo com alguns recursos' (teria respondido Emílio). E eu fiz isso pessoalmente. Em 4 operações no valor de R$ 15 mil com codinome 'Natal'", contou Alexandrino.

Genoino também disputou as eleições de 2010 ao cargo de deputado federal pelo PT, mas não venceu. E, segundo o delator Carlos Armando Paschoal, o petista foi o único candidato não eleito que, naquele ano, depois de feitas as doações para sua campanha ao Congresso, voltou a procurar os executivos da empreiteira para agradecer as doações.

Procurado pela reportagem, Genoino disse que não vai comentar o relato dos delatores, pois trata-se de "mentira".

Os processos foram encaminhados pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, para a Procuradoria da República em São Paulo.

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