Brasil

José Dirceu e Vaccari viram réus na Lava Jato

Três anos depois de ser condenado pelo mensalão, Dirceu volta ao banco dos réus. Outras 14 pessoas também serão julgadas por envolvimento no esquema

José Dirceu (C) (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Fotos Públicas)

José Dirceu (C) (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Fotos Públicas)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 18h10.

São Paulo - Três anos depois de ser condenado pelo caso do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu volta ao banco dos réus - agora no caso investigado pela  Operação Lava Jato.

Nesta terça-feira, o juiz Sérgio Moro aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) que acusa Dirceu e outras 14 pessoas de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o irmão do ex-ministro também passam a ser considerado réus no processo que apura desvios de recursos da estatal.

A denúncia aceita hoje por Sergio Moro refere-se a desvios da ordem de 53,8 milhões de reais e está relacionada com obras da Petrobras em três refinarias e em uma unidade de tratamento de gás.

Veja a lista completa dos acusados: 

Novos na Lava Jato Quem é
José Dirceu de Oliveira e Silva Ex-ministro da Casa Civil do governo Lula
João Vaccari Neto Ex-tesoureiro do PT
Julio Gerin de Almeida Camargo Lobista e um dos delatores da Lava Jato
Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura Lobista ligado a José Dirceu
Olavo Hourneaux de Moura Filho Lobista e irmão de Fernando Antônio
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva Irmão de José Dirceu e sócio da JD Consultoria
Roberto Marques Ex-assessor de José Dirceu
Júlio César dos Santos Ex-sócio da JD Consultoria
Renato de Souza Duque Ex-Diretor Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras
Pedro José Barusco Filho Ex-Gerente-executivo de Serviços e Engenharia da Petrobras
Gerson de Melo Almada Ex-vice-presidente da Engevix
Cristiano Kok Presidente do Conselho de Adminstração da Engevix
José Antunes Sobrinho Executivo da Engevix Engenharia
Milton Pascowitch Operador do esquema
José Adolfo Pascowitch Operador do esquema

No total, 17 pessoas foram acusadas pela Promotoria, mas Moro não aceitou a denúncia contra Camila Ramos, que é filha do ex-ministro da Casa Civil, e contra a arquiteta Daniela Leopoldo e Silva Facchini, responsável pela reforma de um imóvel de Dirceu. Para o juiz, não há provas de que ambas tinham consciência de que receberam dinheiro de um esquema de corrupção. 

O ex-ministro da Casa Civil está preso desde o último dia 3 de agosto. 

De volta ao banco dos réus

De acordo com o despacho do juiz Sérgio Moro, Dirceu teria recebido, no mínimo, 11,8 milhões de reais do esquema considerando apenas os contratos fechados pela Engevix Engenharia. Os repasses foram feitos à empresa do ex-ministro, a JD Consultoria, por meio do lobista Milton Pascowitch. 

Segundo a denúncia, Dirceu também teria usado dinheiro desviado da Petrobras para comprar um terço de um avião e dois imóveis em São Paulo (SP) e, para reformar um imóvel no bairro da Saúde também na capital paulista e outro em Vinhedo (SP). 

Moro afirma, na decisão, que parte das propinas acertadas pela Engevix Engenharia com a Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras era encaminhada a José Dirceu e a Fernando Moura, lobista ligado ao ex-ministro. 

O MPF acusa Vaccari, que está preso desde o último dia 15 de abril, de intermediar o pagamento de propina  das empresas para o Partido dos Trabalhadores. 

Acompanhe tudo sobre:José DirceuOperação Lava JatoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi