Dirceu: "É lamentável a saída porque ele estava fazendo um trabalho que considero excepcional" (Ana Araujo/Veja)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2012 às 18h46.
Rio de Janeiro - O ex-ministro José Dirceu, que participa no Rio de Janeiro de reunião do diretório nacional do PT, considerou "lamentável" a saída de Nelson Jobim do Ministério da Defesa, mas elogiou a escolha do ex-chanceler Celso Amorim. Dirceu chamou de "uma série de incidentes" os episódios que levaram à demissão de Jobim.
"É lamentável a saída porque ele estava fazendo um trabalho que considero excepcional. A solução Celso Amorim é excelente. (Ele) Tem experiência, tem autoridade. O importante é dar continuidade ao trabalho", afirmou Dirceu, que, como outros petistas, minimizou possíveis reações de setores das Forças Armadas. "Quem tem prestígio nas Forças Armadas é a presidente da República, que é chefe das Forças Armadas. O ministro tem delegação dela. É impossível agradar a todos", disse.
Dirceu participa das discussões do diretório nacional sobre possíveis mudanças no estatuto do partido que poderão inclusive tornar mais rígidas as regras para realização de prévias. Ao contrário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dirceu defende as prévias para as eleições municipais em São Paulo. O ex-ministro disse que a senadora Marta Suplicy, uma das aspirantes a candidata à Prefeitura paulistana "tem toda legitimidade e é candidata natural".
"Mas isso não significa que não possa ter outros (pré-candidatos) e que os filiados e militantes não possam optar por outro", disse Dirceu, que hoje conversou com o deputado Jilmar Tatto, outro postulante.
Segundo Dirceu, o deputado Arlindo Chinaglia "está avaliando" a possibilidade de se apresentar como pré-candidato. Lula defende a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. Também está no páreo o deputado Carlos Zarattini. "Eu prefiro que haja prévia. Que haja um grande debate dentro do partido. Não é a opinião de muitos dirigentes do partido, que não querem e acham que vai dividir o partido. Então ou muda o estatuto ou tem consenso. Pelo andar da carruagem hoje não tem consenso. Mas como a carruagem pode enfrentar tempestade, chuva, pode ser que lá no fundo aconteça um acordo e um consenso", afirmou Dirceu.