Bumlai: "o número que ele (Delcídio) falou é absolutamente mentiroso. Não tem nada de R$ 250 mil." (Valter Campanato/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de março de 2017 às 09h15.
Última atualização em 31 de março de 2017 às 14h16.
Brasília -- O empresário José Carlos Bumlai, réu em ação penal acusado de tentativa de obstrução à Lava Jato, disse ontem, em depoimento na Justiça Federal em São Paulo, que seu filho Maurício Bumlai fez dois repasses de R$ 50 mil cada ao senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) como "ajuda pessoal" ao ex-parlamentar. Bumlai negou que os repasses tivessem o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró como destinatário.
Nesta ação, Delcídio, Bumlai, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras quatro pessoas são acusadas de tentar "comprar" o silêncio de Cerveró. A defesa do senador cassado afirmou no ano passado que Bumlai repassou R$ 250 mil à família de Cerveró, "por interferência do ex-presidente Lula".
Ontem, o empresário negou o montante. "O número que ele (Delcídio) falou é absolutamente mentiroso. Não tem nada de R$ 250 mil", afirmou, via videoconferência, ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara da Justiça Federal de Brasília. Segundo Bumlai, seu filho atendeu ao pedido de Delcídio sem sua autorização e por causa da "influência política" do então senador.
Sobre a sua relação com Lula, Bumlai disse que, embora sejam amigos, o petista nunca lhe pediu para que interferisse para evitar a delação de Cerveró. O ex-presidente será ouvido pelo juiz Ricardo Leite na próxima terça-feira, em Brasília.