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Jornalistas sofreram 53 ataques durante protestos

O levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, a Abraji, a partir de informações das redações, de sindicatos e da ONG Repórteres Sem Fronteiras


	Mais de 60% dos casos anotados pela entidade - 34 do total - se referem a agressão ou ameaça de parte da polícia
 (AFP)

Mais de 60% dos casos anotados pela entidade - 34 do total - se referem a agressão ou ameaça de parte da polícia (AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2013 às 09h23.

São Paulo - Desde o início dos protestos de rua que tomaram o País, no último dia 6, mais de 50 profissionais de imprensa envolvidos na cobertura foram agredidos - e seis deles, presos. Nesses 23 dias, 13 veículos de meios de comunicação foram danificados total ou parcialmente e uma sede, a da Rede Brasil Sul (RBS), em Porto Alegre, sofreu duas tentativas de ataque.

O levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, a Abraji, a partir de informações das redações, de sindicatos e da ONG Repórteres Sem Fronteiras. No total, foram 53 ataques a 52 jornalistas (um deles foi preso em um dia e agredido em outro).

Os números foram coletados em onze cidades - e praticamente metade dos incidentes, 25, ocorreu em São Paulo. Fortaleza vem a seguir, com 6, e Rio de Janeiro, com 5. A Folha de S.Paulo, com sete profissionais envolvidos, foi o veículo com maior número de vítimas.

Na nota em que relata os episódios, em seu site, a Abraji repudia "a violência da polícia contra manifestantes pacíficos e jornalistas e repudia igualmente a hostilidade de alguns manifestantes contra os trabalhadores dos meios de comunicação, como repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e motoristas". A entidade afirma ainda que "impedir ou dificultar o trabalho da imprensa é agir contra a democracia".

Esses profissionais, prossegue a nota, "estão nas ruas cumprindo com o dever de manter a sociedade bem informada" e isso "deve ser respeitado, independentemente de preferências políticas e dos meios em que informam". Eles trabalham "com o mesmo profissionalismo e destemor com que cobriram as grandes passeatas contra a ditadura, a campanha das Diretas-Já, a campanha pelo impeachment de Fernando Collor".

Prisões

Mais de 60% dos casos anotados pela entidade - 34 do total - se referem a agressão ou ameaça de parte da polícia. Seis dos casos levaram à prisão dos profissionais, por períodos curtos, de poucos minutos, ou até de três dias, como ocorreu ao repórter Pedro Nogueira, do portal Aprendiz, que chegou a ser indiciado por formação de quadrilha. De sua parte, os participantes dos protestos foram os responsáveis por 12 casos de agressão. Em um dos casos não foi possível esclarecer o que motivou os ferimentos do profissional.

Os ataques contra veículos de jornais ou emissoras de rádio e TV ocorreram em 9 cidades brasileiras. Um dos primeiros, e mais exibidos na mídia eletrônica, foi o incêndio de uma unidade móvel da TV Record em São Paulo, no dia 18 de junho. Dois dias depois, ataque semelhante foi feito contra uma unidade móvel do canal SBT.

O dia mais violento, nesse item, foi 24 de junho, quando quatro veículos foram depredados numa manifestação em Goiânia que, ao final, descambou para uma batalha de rua entre grupos armados e a polícia. Desses quatro, dois eram da TV Anhanguera, afiliada da rede Globo, um da TV Serra Dourada, afiliada do SBT, e um do jornal O Popular. A sede da TV Serra Dourada também foi apedrejada por manifestantes.

A Abraji adverte, ao divulgar os números, que o levantamento "é parcial", porque pode haver "casos que podem ou não ter sido computados, por diversas razões" - uma delas seria a de empresas, ou jornalistas, que preferem não divulgar as informações.

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