Brasil

Jornalistas pedem clareza em consultas sobre infraestrutura

Em fórum, jornalistas de diversos países pediram mais clareza e uma melhor preparação técnica da sociedade nas consultas sobre grandes projetos


	Jornalismo: jornalistas participaram do encerramento do fórum "Megaprojetos, desenvolvimento e integração da América do Sul", em Belém
 (Getty Images)

Jornalismo: jornalistas participaram do encerramento do fórum "Megaprojetos, desenvolvimento e integração da América do Sul", em Belém (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2013 às 12h42.

Belém - Jornalistas de diversos países, que participaram nesta segunda-feira do encerramento do fórum "Megaprojetos, desenvolvimento e integração da América do Sul", que aconteceu em Belém, pediram mais clareza e uma melhor preparação "técnica" da sociedade nas consultas sobre grandes projetos.

"As comunidades e as organizações da sociedade civil necessitam se informar para ter mais noções sobre estas consultas. Ter um conhecimento técnico", explicou à Agência Efe a jornalista e pesquisadora peruana Milagros Salazar.

Para Milagros é importante, primeiro, "determinar o momento adequado" para realizar esse tipo de consultas, pois existem "períodos" diferentes no processo e "se não há clareza, o Estado aproveita para impor suas condições".

O debate entre jornalistas e uma visita ao polo industrial de alumínio Alunorte/Albras, na cidade de Barcarena, no Pará, e que integra às comunidades da região com a produção do metal, encerraram as atividades do fórum promovido pela agência de informação "IPS" e a americana Fundação Mott.

A chilena Marianela Jarraud, por sua parte, comentou à Efe que, apesar de seu país ter assinado o tratado sobre o tema na Organização Internacional do Trabalho (OIT), "não existe um mecanismo, uma institucionalidade, que implemente esse tipo de consulta".


Marianela destacou, da mesma maneira, que é importante "fazer uma diferenciação" entre os muitos povos afetados pelos grandes projetos, "pois nem sempre quando se fala de indígenas, por exemplo, existem os mesmos problemas entre uma comunidade e outra e suas reivindicações são diferentes".

Os casos de Bolívia, Peru, Chile, Venezuela e Colômbia foram expostos por jornalistas especializados em temas de infraestrutura durante o encontro realizado desde o último sábado na capital do estado do Pará.

O boliviano Franz Chávez considerou que o governo de Evo Morales "promoveu consultas prévias e existe um texto constitucional, mas na prática há uma profunda contradição na qual as obras rodoviárias e o investimento na indústria petrolífera são priorizados em detrimento da importância da opinião dos povos afetados".

"É uma contradição entre cumprir com o prometido e a ação de executar o desenvolvimento de um megaprojeto", afirmou Chávez em conversa com a Efe.

No fórum internacional participaram acadêmicos, especialistas, representantes de governos locais, jornalistas e ativistas de Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Itália, Estados Unidos e da região norte do Brasil.

O aprofundamento do diálogo com as comunidades, com menos retórica e mais comunicação, foi um dos pedidos do grupo de ativistas amazônicos, que também denunciaram que a disputa de terras, em regiões como o estado do Pará, dificulta a aproximação entre os povos e as empresas apoiadas pelos governos.

Acompanhe tudo sobre:InfraestruturaMídiaServiços

Mais de Brasil

Erika Hilton apresenta hoje proposta para acabar com escala 6x1

Sul sofrerá com onda de calor, enquanto 18 estados terão chuvas intensas nesta terça

Lula se reúne hoje com centrais sindicais falar do FGTS de quem optou por saque-aniversário

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular