"Do ponto de vista de logística, é o mais complexo da cidade. Teremos um líder espiritual, o papa Francisco quebra regras... Aqui ele terá total liberdade do mundo para circular e dialogar", disse o prefeito (Christophe Simon/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2013 às 14h58.
Rio de Janeiro - A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontece a partir desta segunda-feira com a presença do papa Francisco, será o evento mais complexo a ser realizado no Rio de Janeiro, superando a Copa do Mundo e a Olimpíada em dificuldade logística, disse nesta segunda-feira o prefeito da cidade, Eduardo Paes.
Segundo o prefeito, a JMJ vai provocar uma mudança na rotina do carioca com a interdição de vias e avenidas para a passagem do pontífice e com um forte aparato de segurança, estimado em 30 mil homens. Foi declarado feriado na cidade para aliviar os impactos do evento.
Além disso, o pontífice tem o hábito de quebrar protocolos e se aproximar do povo, o que dificulta ainda mais para os organizadores, de acordo com Paes. Por exemplo, o papa decidiu de última hora circular de papamóvel por algumas ruas do centro da cidade nesta segunda-feira, logo após sua chegada.
"Do ponto de vista de logística, é o mais complexo da cidade. Teremos um líder espiritual, o papa Francisco quebra regras... Aqui ele terá total liberdade do mundo para circular e dialogar", disse o prefeito a jornalistas.
"Ele está livre para fazer o que quiser... e está totalmente seguro no Rio de Janeiro", acrescentou.
A JMJ é o terceiro grande evento internacional realizado no Rio de Janeiro desde o ano passado, quando a cidade sediou a Rio+20 -- evento que reuniu diversos chefes de Estado para discutir o desenvolvimento sustentável. Há cerca de um mês, o Rio também foi palco de três jogos da Copa das Confederações, incluindo a final entre Brasil e Espanha.
No ano que vem, o Rio vai receber a final da Copa do Mundo e será a sede do principal centro de imprensa da competição. A cidade também será a sede dos Jogos Olímpicos em 2016.
"É mais complexo que as Olimpíadas, porque você tem um público que não se sabe o quanto é. Esse é um imponderável. Tem muita gente chegando. É uma tomada da cidade do Rio de forma complexa", afirmou Paes.
Assim como aconteceu na Copa das Confederações, estão previstas manifestações na cidade também durante a JMJ. O prefeito disse que os protestos são "ações normais", mas reconheceu que a cidade estará "mais exposta para o mundo".
"Sabemos que a visita do papa e de tantos jovens expõe ainda a cidade a qualidades e mazelas. Vamos usar a visita para estimular os desafios que a cidade tem ainda a superar", afirmou.
Estimativas iniciais apontam que a JMJ deve atrair mais de 1 milhão de pessoas para a cidade e locais próximos, mas de acordo com o prefeito "estão na cidade mais jovens que se imaginava".