Eduardo Cunha (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de julho de 2017 às 17h22.
Última atualização em 26 de julho de 2017 às 17h43.
Brasília - O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Hereda disse nesta quarta-feira, 26, em depoimento à Justiça Federal, ter sido pressionado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por não acelerar investimentos do banco em determinadas empresas.
Hereda afirmou que, em reunião com Cunha na Câmara, em 2014, o então deputado avisou que o convocaria a depor na CPI da Petrobras se projetos de seu interesse não recebessem financiamento com celeridade, antes dos referentes à estatal.
"O senhor Eduardo Cunha reclamava do andamento dos projetos. Mas que a gente andava muito rápido com a Petrobras. E disse que, se a gente aprovasse os da Petrobras antes dos outros, ele iria me convocar para a CPI da Petrobras. Eu disse que não era presidente da Petrobras, era presidente da Caixa", declarou.
Hereda depôs como testemunha em ação penal que apura suposto esquema de cobrança de propina de empresas, em troca da liberação de aportes do banco. Cunha e o também ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ambos atualmente presos, estão entre os réus.
Hereda não especificou em nome de quais empresas Cunha teria falado. Contou que o convite para a reunião partiu de Alves, que também estava presente à reunião.
A convocação, segundo Hereda, não ocorreu, mas foram feitos requerimentos. "Não fui, mas se o senhor procurar lá pode ser que o senhor encontre os pedidos de convocação."
O depoimento foi feito por videoconferência à 10ª Vara em Brasília, na qual tramita a ação.