Joice Hasselmann: deputada afirmou que caso haja o veto, governo vai defender a decisão do presidente (Valter Campanato/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 24 de junho de 2019 às 16h33.
Última atualização em 24 de junho de 2019 às 16h35.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro poderá vetar o projeto que restringe indicações políticas em agências reguladoras, afirmou nesta segunda-feira (24) a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).
Para a líder, a proposta — que foi motivo de crítica do presidente ao Congresso no sábado — "em si não é ruim", mas Bolsonaro tem o direito de vetar como presidente.
"Pode não ser perfeito, mas ele cria ali alguns critérios de seleção, faz uma peneirada antes da composição da lista tríplice antes do presidente escolher. Mas é um direito do presidente vetar. Se ele vetar, vamos trabalhar para manter o veto", afirmou ela, em entrevista na saída de uma reunião com Bolsonaro, ministros e líderes partidários.
No fim de semana, Bolsonaro sugeriu que o Parlamento estaria tentando transformá-lo em "rainha da Inglaterra" ao aprovar projeto que limita as indicações políticas para agências reguladoras.
Mais cedo nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o Congresso não tem a intenção de reduzir as atribuições do presidente. "Ninguém está querendo suprimir o papel do presidente da República, nem as suas prerrogativas. Até porque tem muitos projetos que nós dependemos do Poder Executivo", afirmou.
A líder do governo minimizou a contenda de declarações públicas entre Bolsonaro e Maia. "Sensação que dá é que uma brisa vira pneumonia", disse.
A líder do governo no Congresso afirmou também na entrevista que considera "dispensável" uma nova ida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao Congresso, desta vez na Câmara, para prestar esclarecimentos sobre supostas trocas de mensagens com procuradores da Lava Jato enquanto era o principal juiz da operação.
Moro adiou participação em audiência na Câmara prevista para quarta-feira (26) em decorrência de viagem oficial aos EUA, informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta segunda-feira.
"Sinceramente é dispensável", afirmou Joice, ao ressalvar que é uma decisão do Parlamento e que o ministro irá cumprir, caso tenha mesmo de comparecer. Para ela, uma nova audiência vai ser "mais do mesmo".
A líder defendeu que se consiga apaziguar um pouco o caso envolvendo Moro, e que qualquer tentativa de convocação para ele ir à Câmara — que passou a ser defendida pela oposição após a recusa de comparecer esta semana — seja transformada em convite.