Olimpíadas Rio 2016: embora o Brasil não tenha histórico de atentados, a onda de ataques deixou as autoridades em estado de alerta (Rio 2016/Alex Ferro)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2015 às 20h16.
Rio de Janeiro - Os atentados em Paris que mataram pelo menos 129 pessoas elevaram o grau de preocupação das autoridades brasileiras com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e o plano de segurança deve ser revisto, segundo duas fontes próximas ao evento.
Embora o Brasil não tenha histórico de atentados, a onda de ataques deixou as autoridades em estado de alerta.
"Desde os lamentáveis ataques, o governo (federal) começou a revisitar os planos de segurança com muita força", disse nesta segunda-feira à Reuters uma fonte próxima aos Jogos, sob condição de anonimato.
Os ataques de sexta-feira em Paris foram realizados em restaurantes, bares, um estádio de futebol e uma casa de espetáculos e deixaram 129 mortos e mais de 350 feridos. Os militantes do Estado Islâmico assumiram a responsabilidade pelos ataques.
Na semana que vem integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) vão ao Rio para uma visita de rotina para acompanhar a evolução das obras, e o assunto segurança estará na pauta do encontro.
"Há um aumento natural e justificável da preocupação e esse assunto entrou na prioridade", declarou a fonte próxima à organização da Olimpíada.
Para os Jogos do Rio, os governos federal e estadual trabalhavam com um efetivo mínimo de 60 mil e no máximo de 85 mil homens, levando em conta Força Nacional de Segurança, Forças Armadas e forças locais de segurança.
O esquema de proteção dos primeiros Jogos a serem realizados na América do Sul será dividido entre agentes públicos, que ficarão responsáveis pela proteção fora dos locais de competição, e por agentes privados de segurança, que farão a proteção de arenas e áreas de treinamento.
"Mais do que a quantidade, as autoridades vão ter que desenhar o formato, e certamente as conversas vão ser intensificadas com os representantes de cada país", afirmou a outra fonte, ligada ao governo do Estado do Rio.
Uma das possibilidades de mudança nos planos de segurança está a ocupação de algumas comunidades carentes e conflituosas na cidade, o que não estava previsto. O Complexo da Maré, na zona norte, que até este ano esteve sob intervenção militar, e os complexos da Pedreira e Chapadão, também na periferia, podem sofrer ocupação.
"São locais sensíveis e com conflito. É preciso acertar com governo federal custo, logística e efetivo", finalizou a segunda fonte.