Aécio Neves: mesmo após a campanha, o senador continuou pedindo dinheiro (Ueslei Marcelino/Reuters)
Karla Mamona
Publicado em 21 de maio de 2017 às 14h55.
São Paulo - O empresário Joesley Batista afirmou, em depoimento à Procuradoria-Geral da República, que pediu ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) que parasse de pedir dinheiro. É o que afirma uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
“Em 2016, um dia na casa dele ele me pediu 5 milhões e eu não dei. Logo depois começou (sic) as investigações contra mim e eu chamei aquele amigo dele, Flávio, e pedi pro Flávio para pedir a ele para, pelo amor de Deus, parar de me pedir dinheiro”, disse Batista.
Em depoimento, o empresário delator explicou que conheceu Aécio na campanha eleitoral para presidente em 2014. Disse ainda que o grupo JBS se tornou o maior doador da campanha do senador.
Joesley acrescentou ainda que no seguinte à eleição, Aécio Neves continuou a pedir dinheiro com a justificativa que era para arcar com as dívidas da campanha.
Assim, Joesley repassou 17 milhões ao senador por meio da compra superfaturada de um prédio em Belo Horizonte, de propriedade de um aliado do senador. Aécio foi quem indicou o imóvel para a compra.
Questionado por um procurador se tratava de um superfaturamento do imóvel para justificar esse repasse de dinheiro, o empresário disse que sim, já que o grupo não estava interessado em comprar um prédio na capital mineira.