Doria: eu tenho confiança de que a Justiça brasileira vai condenar Lula
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 13h41.
Última atualização em 24 de janeiro de 2018 às 16h05.
Davos – Num ano em que o Fórum Econômico Mundial de Davos teve uma delegação brasileira recorde, um dos mais ativos participantes é o prefeito de São Paulo, João Doria Jr.
Ele foi um dos primeiros a chegar, e tem participado de encontros com políticos, economistas e possíveis interessados em investir na cidade.
Segundo Doria, São Paulo voltou ao jogo global, como o Brasil. Da Suíça, o prefeito comentou também a cena política, e defendeu que prefere derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas. Doria concedeu a seguinte entrevista a EXAME.
Como se posiciona São Paulo nesta competição global de cidades aqui em Davos?
São Paulo voltou ao jogo como voltou o Brasil. O Brasil estava fora do jogo nesses últimos tempos, infelizmente, por quatro anos de recessão. Agora, vencida a recessão, o Brasil cresce 3%, a previsão para este ano. Por isso, a maior cidade brasileira, que é São Paulo, maior polo de consumo da América Latina e sétimo maior polo de consumo do mundo, se beneficiará também. Passa a ser uma nova opção para investimentos, sobretudo em tecnologia, inovação, serviços, comércio e operações online.
O senhor sempre fez muitos encontros bilaterais com investidores interessados na cidade. Já há alguma perspectiva de quanto investimento pode chegar a São Paulo?
Vale um comentário: me surpreendeu aqui o interesse da Índia pelo Brasil e especialmente por São Paulo. Não estava no nosso radar. Estávamos aqui preparados para atender investidores americanos, europeus e asiáticos. A Índia surgiu como um fator surpresa. Vale destacar isso. Eu jamais imaginaria que empresas indianas estivessem focadas no Brasil, especificamente em São Paulo. A área de alta tecnologia, assim como serviços de forma geral, em todos os campos – serviços financeiros, ao cidadão, transporte, saúde, educação – são os que despertaram maior interesse para investidores internacionais. E também o interesse em relação ao próprio Brasil na parte agropecuária. Embora São Paulo não possa oferecer opções nesse sentido, ficou muito claro que investidores internacionais olham o Brasil novamente como um grande celeiro de oportunidades para investimentos em tecnologia aplicada no campo e na agricultura como um todo.
Neste momento está acontecendo em Porto Alegre um evento decisivo para o país, o julgamento do ex-presidente Lula. Como fica a situação futura do Brasil após esse julgamento?
Eu tenho confiança de que a Justiça brasileira vai condenar Lula. E essa condenação pode ser por três votos a zero, dois votos a um, mas ele será condenado. Ele terminará o dia de hoje como um condenado da Justiça brasileira. E há mais cinco processos ainda para serem julgados. No entando, eu defendo que Lula, ainda que condenado, caso não seja preso – e aí a decisão é da Justiça e é soberana – que dispute a eleição e perca. Porque assim enterramos o mito Lula e, assim, vamos julgar e prender o Luiz Inácio.
Então o senhor concorda com a visão de Fernando Henrique, de preferir derrotar Lula nas urnas?
Concordo. Nas urnas. Porque assim enterramos o mito. Caso contrário, o mito ficará vivo. E vai alegar que foi alijado da eleição. E continuará sendo idolatrado, continuará sendo apoiado por seguidores, imaginando que essa seja a razão. Quando não é, é o crime efetivo que ele cometeu. Ele que sofra o julgamento das urnas, perca as eleições e depois passe um longo tempo na cadeia em Curitiba.
Não há o risco que ele ganhe as eleições?
O risco sempre há, mas não creio. A população brasileira terá consciência majoritariamente dos crimes que esse homem cometeu, do mal que ele fez ao Brasil, e muitos daqueles que estão ao lado do Lula cumprem penas ou estão indiciados da mesma maneira. Não creio que a população, em sua maioria, queira de volta o populismo do PT e do Lula.