Brasil

João Amoêdo anuncia desfiliação do partido Novo

Político criticou a gestão atual do partido, ao qual acusou de descumprir o próprio estatuto e de fazer coligações apenas por interesses eleitorais

joão amoedo (Patricia Monteiro/Bloomberg)

joão amoedo (Patricia Monteiro/Bloomberg)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 25 de novembro de 2022 às 19h22.

João Amoêdo anunciou nesta sexta-feira, 25, que se desfiliou do Partido Novo, legenda que ajudou a fundar. O político criticou a gestão atual do partido, ao qual acusou de descumprir o próprio estatuto e de fazer coligações “apenas por interesses eleitorais”. 

“Hoje, com muito pesar, me desfilio do partido que fundei, financiei e para o qual trabalhei desde 2010”, escreveu Amoêdo, no Twitter. “Infelizmente, o NOVO, fundado em 2011 e pelo qual trabalhamos por mais de 10 anos, não existe mais”, disse.

Segundo Amoêdo, o Novo “foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original de ser uma instituição inovadora que, com visão de longo prazo, sem culto a salvadores da pátria, representava a esperança de algo diferente na política”.

“O NOVO atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia”, escreveu Amoêdo.

Em 27 de outubro, o Novo suspendeu, em caráter liminar, a filiação de Amoêdo,  duas semanas após ele anunciar que votaria em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. 

A declaração rendeu a Amoêdo a apresentação de denúncia por lideranças do Novo, incluindo o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, e quatro deputados federais do partido. A acusação é de que tenham havido possíveis "violações estatutárias".

A Comissão de Ética abriu processo contra Amoêdo, que, em 2018, foi o candidato à Presidência da República pelo partido. “Esse NOVO, definitivamente, não me representa”, escreveu o político. 

Na nota publicada no Twitter, Amoêdo lembrou o “péssimo desempenho eleitoral” do Novo neste ano, a “perda de milhares de filiados” e “a saída de inúmeros dirigentes”. Segundo ele, o partido “não esboça qualquer sinal de retomar o caminho original”.

“Ao contrário, a direção da instituição prefere ignorar as evidências, busca silenciar as vozes divergentes, transfere responsabilidades e segue prometendo que “agora será diferente”, escreveu Amoêdo. Segundo ele, seria “incoerente permanecer em um partido com o qual tenho diferenças de visão, de propósito e de conduta”.

João Amoêdo foi candidato à Presidência pelo Novo em sua primeira eleição, em 2018. Terminou a eleição com 2,5% dos votos válidos, com 2,68 milhões de votos.

Acompanhe tudo sobre:João AmoêdoPartido Novo

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático